
O mundo jurídico acordou mais silencioso nesta quarta-feira. A notícia chegou como um soco no estômago para colegas e clientes: Luiz Fernando Pacheco, um daqueles nomes que todo estudante de direito conhece, partiu aos 51 anos. Simplesmente não está mais entre nós.
O escritório Pacheco e Rocha Advogados Associados, que ele mesmo ajudou a construir tijolo por tijolo, confirmou o falecimento através de uma nota que mais parecia um suspiro de dor. "Com profundo pesar" — assim começava o comunicado, e essas três palavras diziam mais que qualquer discurso pomposo.
Uma carreira que inspirava respeito
Pacheco não era apenas mais um na multidão de advogados. Que nada! O homem tinha uma presença nos tribunais que fazia silenciar até os mais tagarelas. Formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), ele construiu uma trajetória que muitos sonham, mas poucos alcançam.
Especializou-se em direito penal e processual penal — aquelas áreas onde cada palavra pesa ouro e uma vírgula mal colocada pode mudar destinos. E olha, ele dominava esse jogo como poucos.
O legado que permanece
Além da atuação forense — que era, digamos, impressionante — Pacheco tinha outro lado que poucos conheciam: o de professor nato. Ministrou cursos e palestras pela Escola Superior de Advocacia (ESA) da OAB-SP, formando novas gerações de juristas.
E sabe o que é mais curioso? Mesmo com toda essa bagagem, o homem mantinha uma humildade que raramente se vê nesse meio. Conversei com um colega dele outro dia que me contou: "Pacheco era daqueles que explicava o mesmo ponto dez vezes se precisasse, sem perder a paciência".
Não foi divulgada a causa da morte, e a família — em seu direito ao luto — pediu privacidade. Justíssimo. Às vezes, algumas coisas precisam ficar apenas entre quem ama.
O vazio que fica
A Ordem dos Advogados do Brasil, seção São Paulo, já se manifestou. Em nota, destacou a "contribuição significativa" de Pacheco para o direito penal brasileiro. Mas isso é pouco, muito pouco para descrever o que esse homem representava.
Pense bem: quantos profissionais você conhece que conseguem, ao mesmo tempo, ser respeitados por juízes, temidos por promotores e adorados por estagiários? Pois é, Pacheco era essa raridade.
O velório e o enterro serão restritos à família e amigos próximos. Um adeus discreto para quem sempre preferiu falar através de suas ações, não de holofotes.
O que fica? Fica a lembrança de um profissional que entendia que o direito não é apenas letra morta em códigos empoeirados, mas ferramenta para transformar vidas. E, cá entre nós, isso é tudo.