
Dois anos se passaram. Dois anos de perguntas sem respostas, de lágrimas secas no rosto da família, de promessas vazias e de um silêncio que ecoa mais alto que qualquer grito por justiça. O caso Débora Alves — a jovem assassinada brutalmente em 2023 no Amazonas — continua encalhado nos corredores do Tribunal de Justiça, sem previsão para julgamento.
Não é só um processo emperrado. É uma vida interrompida que clama por respostas. "A gente vive num limbo", desabafa a irmã da vítima, com voz embargada. "Todo mês de agosto é um soco no estômago."
O crime que chocou o Amazonas
Naquela noite de 16 de agosto, tudo mudou. Débora, de 28 anos, foi encontrada sem vida em circunstâncias que até hoje arrepiam quem acompanha o caso. O ex-companheiro, preso como principal suspeito, aguarda julgamento em liberdade — sim, você leu certo: em liberdade.
"É revoltante", dispara o defensor público responsável pelo caso. "Temos provas, testemunhas, um histórico de violência doméstica... e o sistema simplesmente não anda."
Justiça morosa ou negligência?
Enquanto isso, a família acumula:
- 12 intimações não cumpridas
- 3 pedidos de prioridade ignorados
- Incontáveis noites em claro
O TJ-AM alega "sobrecarga do sistema", mas especialistas ouvidos pela reportagem são categóricos: "Isso não explica dois anos de espera por um julgamento que, tecnicamente, poderia ter ocorrido em seis meses", afirma uma jurista que prefere não se identificar.
E você, leitor, o que acha? Até quando casos como o de Débora vão ficar esquecidos nas gavetas do judiciário?