O autor da chacina que resultou em sete mortes em um bar de Sinop, cidade localizada a 503 km de Cuiabá, teve uma pequena parcela de sua pena reduzida após concluir atividades educacionais durante o período carcerário.
Decisão judicial sobre redução de pena
Edgar Ricardo de Oliveira, de 32 anos, condenado pela chacina ocorrida em fevereiro de 2023, teve 15 dias de sua pena reduzidos após completar 180 horas/aula no ano passado. A decisão foi assinada pelo juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto no dia 11 de novembro deste ano.
O réu foi condenado à pena de 136 anos, 3 meses e 20 dias de prisão e está detido desde o dia 21 de fevereiro de 2023, data do crime que chocou a região e todo o país.
Pedido de transferência negado
O documento judicial também respondeu a um pedido da defesa de Edgar, que solicitava a transferência do detento para outro pavilhão onde pudesse conviver com outros presos. Os advogados argumentaram que ele está há dois anos isolado, sem acesso a banho de sol, visitas ou atividades laborais.
Segundo a defesa, o isolamento estaria causando problemas psicológicos ao condenado, e a convivência com outros internos não representaria risco para sua integridade física.
Entretanto, o magistrado negou a solicitação. Em sua decisão, o juiz afirmou que, por se tratar de um crime com grande repercussão regional e nacional, incluindo a morte de uma criança de 12 anos, a presença de Edgar no convívio comum poderia ser rejeitada pelos demais presos e gerar riscos à ordem da unidade prisional.
Relembrando a chacina
Edgar Ricardo de Oliveira, então com 30 anos, e seu cúmplice Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, foram os autores da chacina que vitimou sete pessoas em Sinop. Entre as vítimas estava a adolescente Larissa Frasao de Almeida, de apenas 12 anos.
O crime aconteceu após a dupla perder algumas partidas de sinuca a dinheiro no estabelecimento. Segundo investigações, Edgar participou de um jogo contra uma das vítimas pela manhã e perdeu cerca de R$ 4 mil. No período da tarde, ele retornou acompanhado de Ezequias e desafiou o homem novamente.
Após novas derrotas, Edgar ficou revoltado e deu um sinal para o comparsa, que rendeu todas as pessoas presentes enquanto Edgar pegava uma espingarda no carro.
Sequência dos disparos
De acordo com o delegado do caso, o primeiro a disparar foi Ezequias, que atingiu Bruno, dono do bar, e depois Getúlio, que recebeu tiros nas costas e na cabeça. Enquanto isso, Edgar disparava contra as outras vítimas que estavam no local usando uma espingarda calibre 12.
Duas vítimas, entre elas a adolescente de 12 anos, tentaram correr e foram atingidas já fora do bar. A perícia constatou que a garota foi atingida por um tiro de espingarda nas costas.
Lista completa das vítimas
As sete vítimas fatais da chacina foram identificadas como:
- Larissa Frasao de Almeida, 12 anos
- Getúlio Rodrigues Frasão Júnior, 36 anos (pai de Larissa)
- Orisberto Pereira Sousa, 38 anos
- Adriano Balbinote, 46 anos
- Josué Ramos Tenório, 48 anos
- Maciel Bruno de Andrade Costa, 35 anos
- Elizeu Santos da Silva, 47 anos (morreu no hospital após ser socorrido com vida)
Raquel Gomes de Almeida, esposa de Getúlio e mãe de Larissa, sobreviveu à tragédia.
Desfecho dos envolvidos
Ezequias Souza Ribeiro, cúmplice de Edgar, foi morto em um confronto com a polícia um dia após a chacina. Edgar se entregou às autoridades dois dias depois do crime, após saber da morte do companheiro.
A caminhonete e a espingarda utilizadas pelos autores foram apreendidas em um terreno no bairro Vila Verde, propriedade que teria ligação com um dos suspeitos.
O crime foi registrado por câmeras de segurança que mostraram a crueldade da execução. Nas imagens, é possível ver um dos homens, de camiseta azul e com uma pistola em punho, ordenando que as vítimas ficassem de costas, viradas para a parede, enquanto o outro, de camiseta listrada, pegava a espingarda no veículo e chegava atirando.
Após as execuções, os criminosos recolheram dinheiro que estava em uma das mesas de sinuca e outros objetos pelo bar antes de fugir na caminhonete estacionada em frente ao local.
