Justiça fecha o cerco: homem condenado a mais de 21 anos por assassinato em comunidade de Boim, Santarém
21 anos de prisão por homicídio em Santarém

O grito por justiça finalmente ecoou nas ruas de terra de Boim, distrito de Santarém. Nesta sexta-feira (2), o Tribunal do Júri local não deixou dúvidas: 21 anos e 4 meses de prisão para o acusado de tirar uma vida a sangue frio em 2017. A sentença veio como um alívio para os familiares da vítima, que há quase uma década carregavam o peso da impunidade.

Detalhes do crime — que permanecem arrepiantes — mostram que tudo começou numa discussão banal, daquelas que acontecem todos os dias nos botecos da região. Só que dessa vez, o desfecho foi trágico. Testemunhas contaram que o agressor, em fúria inexplicável, sacou uma arma e disparou contra o desafeto. A cena deixou marcas profundas na pequena comunidade ribeirinha.

O longo caminho até a condenação

Quem acompanha casos criminais sabe: justiça no Brasil costuma ser lenta como balsa carregada. Dessa vez não foi diferente. Foram necessários:

  • 5 anos só para o inquérito policial sair do papel
  • 12 testemunhas ouvidas — algumas com versões conflitantes
  • 3 perícias técnicas demoradas
  • 2 recursos protelatórios da defesa

O promotor do caso, em entrevista após o veredito, não escondeu a satisfação: "Quando a máquina judicial engrena, não tem como fugir. A sociedade precisa entender que crimes hediondos não prescrevem na memória das vítimas".

Repercussão na comunidade

Na pracinha central de Boim, o assunto dominou as rodas de conversa. Dona Maria, dona de um pequeno comércio local, resumiu o sentimento geral: "A gente vive com medo dessas coisas. Agora pelo menos sabem que aqui não é terra sem lei". Já o líder comunitário Seu Raimundo foi mais cauteloso: "Justiça feita é bom, mas e a prevenção? Quando é que vão investir em políticas de segurança de verdade?".

O caso reacendeu debates sobre a eficiência do sistema judiciário em áreas remotas da Amazônia. Enquanto isso, a família da vítima tenta reconstruir a vida — sabendo que nenhuma sentença devolverá o que perderam.