Comerciante detido por vender cosméticos que só seriam lançados em 2026
Produtos de 2026 vendidos antes do lançamento em Feira de Santana

A Polícia Civil da Bahia realizou uma apreensão inusitada no comércio popular de Feira de Santana. Um comerciante foi detido por comercializar produtos cosméticos de uma grande empresa multinacional brasileira que ainda nem foram lançados no mercado. A linha de perfumaria, higiene pessoal e beleza tem previsão de chegada às lojas apenas em maio de 2026.

Operação policial e apreensão

A ação ocorreu na última sexta-feira, 5 de julho, e foi conduzida pela 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (1ª Coorpin/Feira de Santana). A investigação começou após a polícia identificar vídeos nas redes sociais em que o comerciante, atuante na região conhecida como "Feiraguay", promovia a venda dos itens.

Ao contactar a empresa fabricante, os agentes tiveram a confirmação de que aquela linha específica de produtos ainda estava em fase de produção ou distribuição interna, com lançamento oficial programado para daqui a quase dois anos. Diante da informação, os policiais localizaram o suspeito, que estava em posse de cinco caixas dos cosméticos.

Falta de documentação e investigações

Todo o material foi recolhido e levado à unidade policial. O comerciante, no entanto, não conseguiu apresentar qualquer documentação fiscal que comprovasse a origem lícita da mercadoria. Ele foi ouvido pelos investigadores e, em seguida, liberado. As circunstâncias de como os produtos saíram das instalações industriais ou logísticas da companhia antes do prazo são o principal foco das investigações.

De acordo com a polícia, o inquérito foi instaurado para apurar a ocorrência de vários crimes possíveis. As hipóteses incluem receptação, furto ou roubo dos produtos, além de crimes contra a ordem tributária, devido à comercialização sem a emissão de notas fiscais.

Equipes envolvidas e próximos passos

A operação contou com a participação integrada de várias equipes especializadas: o Grupo de Apoio Técnico e Tático às Investigações (Gatti), a 1ª Delegacia Territorial (DT/Feira de Santana) e a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas em Rodovias (Decarga).

A polícia segue com as investigações para desvendar toda a cadeia envolvida no desvio e na venda antecipada dos cosméticos. O caso chama a atenção não apenas pelo fato de os produtos serem de um lançamento futuro, mas também pela possibilidade de expor falhas em controles logísticos ou a ação de quadrilhas especializadas em desviar cargas.