Caso Késia: mulher confessa que inventou sequestro em Goiânia
Késia confessa que inventou sequestro em Goiânia

O caso do desaparecimento da assistente social Késia da Silva e Silva, de 32 anos, que mobilizou a polícia e a população de Goiânia durante sete dias, teve uma reviravolta surpreendente. A própria vítima confessou à Polícia Civil que inventou toda a história de sequestro que havia relatado inicialmente.

Mudança radical na versão

De acordo com o delegado Pedromar Augusto de Souza, do Grupo de Investigação de Desaparecidos (GID), Késia mudou completamente seu depoimento durante novo interrogatório realizado na segunda-feira (17). A profissional, que havia desaparecido no dia 7 de novembro no Setor Recanto do Bosque, após dizer que iria ao supermercado, agora admite que se afastou por vontade própria.

"Ela desmentiu tudo. Disse que mentiu porque ficou com vergonha. Nunca houve crime", afirmou o delegado em entrevista ao jornalista Rodrigo Melo. O investigador explicou que a mudança na versão ocorreu após Késia ser confrontada com contradições em seu relato e com o resultado preliminar do exame médico.

Detalhes do caso e versão original

O desaparecimento de Késia havia gerado grande comoção na capital goiana. Imagens de segurança mostravam que, após dizer que iria ao supermercado, ela esteve em um bar, consumiu bebidas e entrou sozinha em um carro de um conhecido antes de desaparecer.

Quando retornou para casa na madrugada do dia 14, Késia deu entrevista à TV Anhanguera afirmando que havia sido "rendida, encapuzada, ameaçada e agredida". A história mobilizou a família e gerou ampla repercussão nas redes sociais e na imprensa local.

Desenvolvimentos atuais

Segundo a polícia, Késia mencionou problemas com dívidas como motivo para seu afastamento voluntário, mas não detalhou valores ou motivos específicos. O delegado Pedromar explicou que casos como este geralmente envolvem um conjunto de fatores pessoais.

O procedimento policial está atualmente classificado como VPI - Verificação da Procedência das Informações, etapa preliminar usada quando não há elementos suficientes para instaurar um inquérito formal. "Inquérito só existe quando há crime. Aqui não houve", reforçou o delegado.

A polícia informou que não haverá novo procedimento contra Késia por falsa comunicação de crime, uma vez que ela corrigiu sua versão espontaneamente. O caso deve ser concluído assim que o laudo oficial do exame de corpo de delito for anexado aos autos.