Fraude com dedo de silicone em sistema de ponto leva à prisão de servidores
A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu um dentista e sua auxiliar por utilizarem uma prótese de silicone com impressão digital para fraudar o sistema de ponto em uma unidade de saúde de Schroeder, no Norte do estado. O esquema foi descoberto através de imagens de câmeras de monitoramento que flagraram a auxiliar registrando a presença do dentista.
Como funcionava o esquema fraudulento
Segundo as investigações, a auxiliar chegava à unidade de saúde às 7h14 da sexta-feira (7) para bater o ponto no lugar do dentista. As imagens mostram que o profissional só comparecia ao local aproximadamente duas horas depois, às 9h11. A polícia descobriu que ela utilizava uma prótese de silicone contendo a impressão digital do colega para registrar falsamente sua presença.
O esquema durava há pelo menos um ano, conforme apurou a Polícia Civil. Os dois servidores utilizavam próteses com as digitais um do outro para burlar o controle de ponto, permitindo que quando um faltasse, o outro pudesse registrar a presença em seu lugar.
Prisão e medidas cautelares
No momento da abordagem policial, a auxiliar entregou espontaneamente a prótese de silicone que guardava na bolsa. Ambos foram presos em flagrante e encaminhados à delegacia de Jaraguá do Sul. O delegado plantonista Evandro de Abreu determinou a prisão em flagrante dos envolvidos.
Durante a audiência de custódia, a Justiça homologou a prisão mas concedeu liberdade provisória aos dois, com a imposição de medidas cautelares. A polícia investiga como os servidores conseguiram o material utilizado na fraude.
Investigações e consequências
A investigação aponta que a prótese com as digitais era usada repetidamente. Há indícios no sistema de que o dentista teria realizado atendimentos em momentos em que nem sequer estava presente na unidade de saúde. A polícia suspeita que a auxiliar "teria realizado atendimentos odontológicos no lugar do profissional em datas anteriores".
A prefeitura de Schroeder já determinou a instauração de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar a conduta dos servidores. Em nota, a administração municipal reafirmou seu "compromisso com os princípios da transparência, ética e legalidade".
O caso foi registrado como falsidade ideológica consumada, e a prótese de silicone foi apreendida para análise pericial. A polícia informou que o dentista alegava estar passando por problemas pessoais e com dificuldade de cuidar dos filhos, mas que não tinha interesse em prejudicar o serviço público.