Um ataque a tiros durante um festival judaico na praia de Bondi, em Sydney, resultou em 15 mortes e deixou ao menos 25 feridos no domingo, 14 de dezembro de 2025. Entre as vítimas fatais estão uma menina de 10 anos e um idoso de 87 anos que sobreviveu ao Holocausto na infância. O episódio é considerado o pior massacre com armas de fogo na Austrália em três décadas.
Detalhes do ataque e perfil das vítimas
O ataque ocorreu por volta das 18h30, durante as celebrações de Hanukkah, e durou aproximadamente dez minutos. Os atiradores, identificados como pai e filho Sajid Akram e Naveed Akram, dispararam contra centenas de pessoas reunidas no local antes de serem neutralizados pela polícia. Sajid foi morto no confronto, enquanto Naveed encontra-se em estado grave hospitalizado.
A vítima mais jovem foi Matilda, de 10 anos, cujo sobrenome foi preservado a pedido da família. Sua professora de línguas, Irina Goodhew, descreveu a menina como "uma alma brilhante e amorosa" e criou uma vaquinha online para auxiliar os parentes em luto.
Outra história trágica é a de Alex Kleytman, de 87 anos, que faleceu ao proteger a esposa, Larisa Kleytman. O casal, ambos sobreviventes do Holocausto quando crianças, havia se mudado da Ucrânia para a Austrália em busca de paz. Em entrevista, Larisa relatou o momento do ataque: "Estávamos de pé e, de repente, veio o 'bum bum', e todos caíram. Ele se impulsionou para cima porque queria ficar perto de mim".
Investigação e reação das autoridades
A polícia local encontrou no veículo dos suspeitos, registrado em nome do filho mais novo, artefatos explosivos improvisados e duas bandeiras caseiras associadas ao Estado Islâmico. As investigações indicam que os atacantes se inspiraram no grupo extremista, embora não haja confirmação de vínculo operacional direto.
Um ato de coragem destacado foi o do civil Ahmed al Ahmed, de 43 anos, que desarmou um dos atiradores. Muçulmano e pai de dois filhos, Ahmed foi amplamente reconhecido como herói, recebendo elogios de líderes internacionais, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Uma campanha de financiamento coletivo em seu nome arrecadou mais de 1,9 milhão de dólares australianos (cerca de R$ 6,8 milhões).
Impacto nacional e revisão das leis
O massacre abalou a Austrália, país com histórico de controle rigoroso de armas desde o Port Arthur em 1996. O governo federal anunciou que reexaminará as leis de posse e uso de armas em resposta ao ataque. O primeiro-ministro declarou que "não há lugar para tal violência em nossa sociedade" e prometeu apoio total às famílias das vítimas e à comunidade judaica.
Além das 15 mortes confirmadas, os hospitais de Sydney continuam atendendo dezenas de feridos, alguns em estado crítico. A comunidade local organizou vigílias e homenagens nas proximidades da praia de Bondi, onde flores, velas e mensagens de solidariedade cobrem um memorial improvisado.