O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizou uma mudança radical em sua posição sobre o caso Jeffrey Epstein ao sancionar nesta quarta-feira, 21 de novembro de 2025, a lei que determina a divulgação completa de todos os arquivos relacionados ao bilionário acusado de tráfico sexual de adolescentes.
O que muda com a nova lei
A legislação aprovada por Trump estabelece que o Departamento de Justiça norte-americano tem até 30 dias para tornar públicos os documentos sobre Epstein, que cometeu suicídio na prisão em 2019. Contudo, a norma contém cláusulas que podem atrasar ou limitar a divulgação completa dos arquivos.
O DOJ recebeu autorização para bloquear registros que possam colocar em risco investigações federais em andamento ou processos judiciais em curso. A retenção dessas informações deve ser estritamente necessária e temporária, segundo o texto legal.
Investigações e figuras políticas envolvidas
O republicano solicitou a abertura de investigações para examinar as conexões de Epstein com importantes personalidades democratas. Entre os nomes mencionados estão o ex-presidente Bill Clinton, que nega qualquer conhecimento sobre os abusos cometidos pelo financista, além do ex-secretário do Tesouro Larry Summers e Reid Hoffman, fundador do LinkedIn.
Essas três figuras, assim como o próprio Trump, já foram citadas em dossiês anteriormente divulgados sobre o caso. A nova lei permite que a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, retenha ou edite registros que contenham nomes de vítimas, números de telefone, prontuários médicos ou quaisquer informações pessoais que representem invasão de privacidade.
Relação entre Trump e Epstein
Os dois homens mantinham uma relação de longa data, frequentando os mesmos círculos sociais de elite em Nova York e na Flórida. Em entrevista à revista New York em 2002, Trump descreveu Epstein como fantástico e muito divertido de se estar por perto, acrescentando que ambos se conheciam há 15 anos.
Em trocas de e-mails recentemente tornadas públicas, surgiram indícios de que Trump não apenas sabia dos crimes cometidos por Epstein como passou horas com uma das vítimas, identificada em versões não editadas dos documentos como Virginia Giuffre, uma das principais acusadoras do financista, que faleceu por suicídio em abril de 2025.
O Departamento de Justiça já adiantou que possui um grande volume de dados sobre o caso, totalizando 300 gigabytes, incluindo imagens e vídeos de menores e conteúdos de abuso sexual infantil baixados da internet. A implementação da lei promete manter o caso Epstein no centro das atenções internacionais nas próximas semanas.