Ataque terrorista em Bondi: pai e filho matam 15 em nome do Estado Islâmico
Terror em Bondi: pai e filho matam 15 na Austrália

Um ato de violência extrema abalou a pacífica imagem da Austrália. Na icônica praia de Bondi, em Sydney, um ataque terrorista executado por um pai e seu filho resultou na morte de quinze pessoas, incluindo uma criança e um idoso sobrevivente do Holocausto. O episódio, ocorrido em 16 de dezembro de 2025, revela uma faceta sombria e um preocupante avanço do extremismo no país.

Os detalhes do ataque em Sydney

Os autores foram identificados como Sajid (ou Sakid) Akram, de 50 anos, possivelmente de origem indiana, e seu filho, Naveed Akram, de 24 anos. Ambos prestaram juramento de fidelidade ao grupo terrorista Estado Islâmico antes de partir para o ataque. O alvo foi uma celebração de Hanukkah, organizada por uma entidade judaica em um parque próximo à famosa praia.

Armados com armas pesadas e com um carro carregado de explosivos, os dois homens iniciaram a chacina. A comparação com um ataque similar na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, ajuda a dimensionar o impacto do crime para o público brasileiro: Bondi é um símbolo nacional de lazer e vida descontraída.

O contexto de extremismo e a falha das autoridades

O ataque não foi um evento isolado, mas sim o ápice de uma série de sinais de radicalização que foram ignorados. Investigações revelaram que Naveed Akram já havia sido alvo de um inquérito policial, arquivado seis meses antes do massacre. A pergunta que paira no ar é: por que as autoridades não conseguiram conter a ameaça?

Além disso, um clima de antissemitismo vinha se manifestando publicamente. Após os ataques de 7 de outubro de 2023 em Israel, manifestantes em Sydney foram filmados gritando "gas the jews" ("gás para os judeus"), em uma referência hedionda ao Holocausto. Apesar da condenação do primeiro-ministro Anthony Albanese, a polícia local minimizou o episódio, demonstrando uma falha grave na percepção da ameaça.

Heróis civis e investigações internacionais

Em meio ao caos, atos de bravura se destacaram. Dois civis, arriscando a própria vida, enfrentaram os atiradores. Um deles foi Ahmed Al Ahmed, um imigrante sírio de 43 anos em situação irregular no país. Ele conseguiu arrancar o fuzil das mãos de Sajid Akram e foi baleado pelo filho, Naveed, sobrevivendo sem risco de morte. Seu ato heroico deve regularizar sua permanência na Austrália.

As investigações agora seguem por caminhos complexos. Apesar de os assassinos se declararem ligados ao Estado Islâmico (grupo sunita), não se descarta um possível vínculo com o Irã (país xiita). Serviços de inteligência israelenses já haviam alertado parceiros sobre planos do braço externo da Guarda Revolucionária Iraniana para atacar alvos judaicos. Cidadãos iranianos anônimos chegaram a usar redes sociais para condenar o regime de Teerã, chamando-o de "raiz do terrorismo".

As consequências e um futuro incerto

O atentado expôs fissuras profundas na sociedade australiana. A "autorradicalização", fenômeno no qual indivíduos são cooptados online, mostrou seu potencial destrutivo, especialmente em um contexto familiar, onde pai e filho se radicalizaram juntos.

As implicações são globais. Fontes do governo americano indicaram que, se for comprovada a conexão com o Irã, Israel poderia justificar um ataque retaliatório. Esse cenário, por sua vez, desestabilizaria ainda mais o frágil equilíbrio no Oriente Médio, exatamente o objetivo de grupos extremistas como o Estado Islâmico, que prosperam no caos e no conflito sectário.

O massacre em Bondi deixa uma ferida profunda. Coloca em xeque a eficácia das agências de segurança, evidencia o crescimento do ódio antissemita e serve como um trágico alerta sobre a capacidade do extremismo de corroer até mesmo as sociedades mais estáveis e pacíficas.