Comportamento do suspeito alertou comunidade afegã
O imigrante afegão suspeito de atirar contra dois membros da Guarda Nacional dos Estados Unidos vivia em estado de isolamento profundo, conforme alertas enviados ao Comitê Americano para Refugiados e Imigrantes. Rahmanullah Lakanwal passava longos períodos trancado no quarto, sem conversar com a esposa e filhos, e demonstrava dificuldades para manter emprego.
Preocupação com saúde mental precedeu violência
Um defensor da comunidade de imigrantes afegãos chegou a temer que Lakanwal estivesse com tendências suicidas. Em e-mails enviados à organização de apoio, o representante expressou preocupação com a depressão profunda do homem, mas afirmou não ter visto indícios de que cometeria violência contra outras pessoas.
"Rahmanullah não tem sido funcional como pessoa, pai e provedor desde março do ano passado. Ele pediu demissão do emprego naquele mês e seu comportamento mudou drasticamente", relatou o defensor em comunicação ao Comitê.
Crises maníacas e negligência familiar
O comportamento do suspeito evoluiu para episódios descritos como maníacos com duração de uma a duas semanas. Durante essas crises, ele pegava o carro da família e dirigia sem parar em longas viagens repentinas.
Lakanwal também apresentava períodos de negligência no cuidado com os filhos. Em algumas ocasiões, quando a companheira o deixava com as crianças para visitar parentes, elas não tomavam banho, não trocavam de roupa e não se alimentavam adequadamente.
Resposta das autoridades e consequências do ataque
O Comitê Americano para Refugiados e Imigrantes realizou visita à família do suspeito em março de 2024, mas a comunidade não recebeu mais atualizações e ficou com a impressão de que o homem havia recusado ajuda.
O defensor que alertou sobre o caso disse estar atônito ao saber do crime. Em condição de anonimato, relatou à Associated Press que não conseguia conciliar a violência com a lembrança de Lakanwal brincando com seus filhos pequenos.
O ataque ocorreu na quarta-feira (26) quando o atirador levantou o braço com uma arma de fogo e disparou contra a Guarda Nacional, conforme descrito por Jeffrey Carroll, assistente executivo do Departamento de Polícia Metropolitana de Washington.
Sarah Beckstrom, 20 anos, integrante da Guarda Nacional, morreu no dia seguinte após ficar internada. O segundo militar atingido permanece em estado grave desde o dia do ataque.
O presidente Donald Trump referiu-se ao suspeito como "animal" e disse que ele "pagará um preço muito alto" em publicação na rede social Truth Social.
O FBI trata o caso como ataque terrorista e autoridades já revistaram a casa do suspeito. O diretor da agência, Kashyap Patel, confirmou que não há indícios sobre a presença de outros envolvidos.
O atirador foi detido e gravemente ferido durante o confronto, sendo levado para hospital para tratamento. A procuradora-geral Pam Bondi afirmou que ele enfrentará acusações como agressão com intenção de ferir e porte ilegal de arma, podendo surgir novas dependendo da evolução dos guardas feridos.