
Imagine um advogado russo que, ao denunciar corrupção, acaba preso e morto na cadeia. Parece roteiro de filme, mas foi a vida real de Sergei Magnitsky — e seu legado virou arma política global.
Em 2009, a morte dele chocou o mundo. Magnitsky havia descoberto uma fraude fiscal de US$ 230 milhões envolvendo autoridades russas. O preço? Tortura e morte sob custódia do Estado. Cinco anos depois, os EUA criaram a Lei Magnitsky, permitindo sanções contra violadores de direitos humanos em qualquer lugar do planeta.
E o que isso tem a ver com o Brasil?
Tudo. Na última semana, o senador americano Lindsey Graham sugeriu incluir o ministro Alexandre de Moraes na lista Magnitsky. A justificativa? Segundo ele, "supressão de liberdades democráticas". Uma ironia histórica, já que a lei nasceu para proteger denunciantes — não políticos acusados de autoritarismo.
O caso reacendeu debates incômodos:
- A lei está sendo usada como arma geopolítica?
- Qual o limite entre combate à corrupção e intervenção estrangeira?
- Será que Magnitsky, vítima de um Estado opressor, aprovaria esse uso?
Especialistas ouvidos pelo R7 divergem. "É um desvirtuamento grotesco", dispara o jurista Carlos Dias, enquanto a cientista política Ana Beatriz defende: "Sanções são sempre políticas, desde o início".
Enquanto isso, nas redes sociais, a polêmica esquenta. De um lado, apoiadores de Moraes chamam a medida de "intervencionismo". Do outro, opositores comemoram: "Finalmente o mundo está vendo". E você, de que lado fica nessa história?