Em uma denúncia contundente, a Organização das Nações Unidas (ONU) classificou os ataques realizados pelos Estados Unidos contra embarcações na América Latina como execuções extrajudiciais. A acusação grave partiu de Alena Douhan, relatora especial da ONU sobre o impacto negativo de medidas coercitivas unilaterais.
Operações Militares Sob Fogo Cruzado
Segundo o relatório apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, as forças norte-americanas vêm realizando operações militares diretas contra navios suspeitos de tráfico de drogas em águas internacionais e territoriais de países latino-americanos. Essas ações incluiriam:
- Interceptação violenta de embarcações
- Uso de força letal sem aviso prévio
- Mortes de suspeitos sem processo legal
- Violacao da soberania de países da região
Violacao de Direitos Humanos e Soberania
A relatora especial foi enfática ao afirmar que essas práticas constituem violações graves do direito internacional e dos direitos humanos fundamentais. Não há justificativa legal para execuções sem julgamento, mesmo em operações antidrogas, destacou Douhan em seu documento.
O relatório menciona especificamente casos envolvendo a Guarda Costeira dos EUA, que estaria agindo além de suas atribuições legais e sem o devido respeito à jurisdição dos países latino-americanos.
Impacto Regional e Legal
As consequências dessas operações extrapolam as mortes imediatas, criando um precedente perigoso para as relações internacionais e a proteção de direitos humanos na região. A ONU alerta que:
- Essas práticas minam a soberania dos Estados latino-americanos
- Criam um ambiente de impunidade para forças estrangeiras
- Fragilizam o sistema internacional de proteção de direitos humanos
- Podem intensificar a violência na região
A posição da ONU representa um duro revés para a política externa norte-americana na América Latina e coloca sob escrutínio internacional as táticas de combate ao narcotráfico utilizadas pelos Estados Unidos.