A Justiça francesa deu mais um passo significativo na investigação do espetacular roubo ao Museu do Louvre ocorrido em outubro. Nesta terça-feira, 25 de novembro de 2025, a polícia prendeu mais quatro suspeitos de envolvimento no crime que chocou o mundo.
Detalhes das prisões
Segundo informações da promotora Laure Beccuau, responsável pela investigação, os novos detidos são dois homens e duas mulheres com idades entre 31 e 40 anos, todos residentes em Paris. A polícia tem autorização para mantê-los sob custódia por até 96 horas para interrogatórios.
Entre os presos está um homem de 39 anos com passagem pela polícia, que segundo especulações da imprensa francesa, seria o quarto membro do grupo e considerado o líder da operação. Ele estava foragido e teria ligações com Aubervilliers, subúrbio ao norte de Paris, mesma região de outros suspeitos.
O histórico do grupo
A promotoria revelou que os investigados são considerados ladrões amadores e apresentam indícios de "proximidade" entre si. Dois deles foram condenados juntos em 2015 no mesmo caso de roubo, e todos moram nos subúrbios do norte de Paris, mais especificamente na região de Seine-Saint-Denis.
Os outros três supostos membros já detidos anteriormente enfrentam acusações preliminares de roubo por quadrilha organizada e conspiração criminosa, depois que seu DNA foi encontrado na cena do crime e em itens relacionados ao assalto.
As falhas de segurança
O roubo expôs graves deficiências no sistema de segurança do maior museu do mundo. Um relatório do Tribunal de Contas da França, divulgado em 6 de novembro, revelou que a direção do Louvre priorizou a aquisição de obras em detrimento da segurança por anos.
O documento, elaborado antes do crime, mostrou que entre 2018 e 2024 o museu destinou 105,4 milhões de euros (mais de R$ 652 milhões) para compra de novas obras e 63,5 milhões de euros (cerca de R$ 393 milhões) para criação de espaços expositivos. Em contraste, os investimentos em manutenção e segurança somaram apenas 26,7 milhões de euros (R$ 165 milhões).
O roubo do século
O assalto foi executado com precisão cirúrgica em apenas sete minutos. Os criminosos invadiram o segundo andar do Louvre pela janela, usando uma plataforma de elevação característica de caminhões de mudança - veículo que teria sido roubado pouco antes.
Eles cortaram o vidro com uma serra elétrica portátil e roubaram oito peças da coleção de joias da coroa francesa avaliadas em aproximadamente US$ 102 milhões. Entre as peças levadas estavam:
- Um colar de diamantes e esmeraldas da imperatriz Maria Luísa
- Uma coroa da imperatriz Eugênia com mais de 1.300 diamantes e 56 esmeraldas
- Conjunto de safiras com tiara, colar e brincos que pertenceu à rainha Maria Amélia e à rainha Hortência
O episódio ocorreu enquanto turistas circulavam pelo museu, e os assaltantes fugiram em motocicletas pelas margens do rio Sena. Este foi o maior roubo no Louvre desde o furto da Mona Lisa em 1911.
Em resposta ao crime, o museu permanece fechado desde o domingo e só deve reabrir na quarta-feira, 26 de novembro, com segurança reforçada.