
Mais um capítulo tenso se desenrolou nas águas do Mediterrâneo nesta quinta-feira. A Marinha de Israel não deu moleza e interceptou o que era o último navio de uma frota internacional que teimava em chegar à Faixa de Gaza. A operação militar aconteceu a cerca de 100 quilômetros da costa, segundo fontes oficiais.
Parece que a história se repete — e com um roteiro bem parecido com o de anos anteriores. Os militares israelenses garantiram que tudo ocorreu sem violência, mas a verdade é que a situação toda é um barril de pólvora prestes a explodir. O barco, chamado de 'Handala', carregava ativistas de vários cantos do mundo, todos determinados a desafiar o bloqueio naval que Israel mantém sobre Gaza há anos.
Um jogo de gato e rato nas águas internacionais
O que mais me impressiona nesses casos é a teimosia de ambos os lados. De um lado, ativistas que juram de pés juntos que sua missão é puramente humanitária. Do outro, Israel que não abre mão de seu direito — ou dever, como eles dizem — de proteger suas fronteiras.
O Handala era o último de três navios que partiram da Europa há algumas semanas. Os outros dois já tinham sido interceptados anteriormente. Aparentemente, a estratégia israelense é bem ensaiada: primeiro fazem contato por rádio, depois enviam embarcações menores para acompanhar os navios, e se a coisa não resolve, partem para a abordagem direta.
O que dizem os envolvidos?
Pelos relatos que circulam, os ativistas a bordo do Handala tentaram argumentar que estavam em águas internacionais e tinham direito de passagem. Mas os militares israelenses foram categóricos: "Nenhuma embarcação não autorizada chegará à costa de Gaza", disseram em comunicado oficial.
É curioso como essas frotas humanitárias sempre geram tanta polêmica. Em 2010, lembra? A operação contra a frota Mavi Marmara resultou na morte de nove ativistas turcos e deixou as relações entre Israel e Turquia no gelo por anos. Desta vez, pelo menos, não houve relatos de feridos — o que já é um alívio, convenhamos.
O governo israelense mantém sua posição firme: o bloqueio é necessário para impedir o contrabando de armas para o Hamas. Já os organizadores da frota insistem que a situação humanitária em Gaza é catastrófica e que a população civil precisa de ajuda urgente.
E agora, o que esperar?
Bom, enquanto isso, a situação na região continua tensa. Com as negociações de paz praticamente paradas e os ataques esporádicos de foguetes desde Gaza, qualquer faísca pode incendiar o barril de pólvora. Esta interceptação, embora tenha sido pacífica, certamente não vai ajudar a acalmar os ânimos.
O que me preocupa é que essas operações navais se tornaram quase rotineiras — e quando a gente se acostuma com o perigo, é que o perigo realmente aumenta. A comunidade internacional continua assistindo tudo de camarote, sem conseguir — ou sem querer — encontrar uma solução definitiva para esse conflito que já dura décadas.
Enquanto isso, os navios continuam tentando, Israel continua interceptando, e a população de Gaza... bem, a população de Gaza continua esperando por dias melhores.