Casal de idosos é morto ao tentar impedir ataque em Sydney; 16 vítimas
Idosos heróis mortos em ataque em Sydney; 16 vítimas

Um ataque a tiros em uma das praias mais famosas da Austrália terminou em tragédia, com um casal de idosos sendo morto após uma tentativa heroica de impedir o atirador. O incidente ocorreu em Bondi Beach, Sydney, durante uma celebração de Hanukkah, e resultou em 16 mortes e dezenas de feridos.

Heróis na Praia de Bondi

Entre as vítimas fatais estão Boris Gurman, de 69 anos, e sua esposa, Sofia Gurman, de 61. O casal, de origem judaica russa, foi um dos primeiros a perceber a ameaça e tentou, corajosamente, intervir. Imagens que viralizaram nas redes sociais mostram o momento em que Boris se aproxima de um dos agressores, Sajid Akram, de 50 anos, e tenta retirar a arma de suas mãos, enquanto Sofia observa a cena a poucos metros de distância.

Infelizmente, a tentativa de desarmar o criminoso não foi bem-sucedida. Ambos foram baleados e mortos durante a ação. Nas publicações que acompanham os vídeos, o casal é classificado como herói por ter reagido imediatamente ao perigo, tentando proteger os outros presentes. "Muita gente não sabe que, logo no começo, duas pessoas avistaram um dos atiradores e tentaram desarmá-lo", diz uma das legendas.

Detalhes do Ataque e Consequências

O ataque aconteceu por volta das 18h40 do domingo (horário local), quando dois homens armados com espingardas abriram fogo contra a multidão reunida em um parque próximo à movimentada praia de Bondi. O local estava cheio devido ao calor do fim de semana.

O saldo da violência foi devastador:

  • 14 pessoas morreram no local, incluindo um dos atiradores.
  • Duas outras vítimas faleceram no hospital: uma menina de dez anos e um homem de 40.
  • Ao menos 42 pessoas ficaram feridas, sendo sete em estado crítico.

Além do casal Gurman, outro homem se destacou pela bravura. Ele conseguiu confrontar o segundo agressor, tomar sua arma e impedir que mais pessoas fossem atingidas, sendo amplamente elogiado por sua coragem.

Motivação e Investigação

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, afirmou que o atentado parece ter sido motivado por uma ideologia extremista ligada ao Estado Islâmico. As autoridades já haviam classificado o episódio como um ataque antissemita, mas agora detalham que há indícios de que os dois homens se radicalizaram antes de cometer o que Albanese descreveu como um "assassinato em massa".

Um dos envolvidos, Naveed Akram, de 24 anos, havia sido avaliado pelos serviços de inteligência australianos em 2019, mas não foi considerado uma ameaça imediata na época. O governo segue investigando as conexões e a preparação do ataque.

Um testemunho dado à Folha de S.Paulo por um estudante brasileiro de gastronomia que estava no local relata a brutalidade da cena. "Vi gente com cabeça explodida", disse o jovem, que mora na Austrália há pouco mais de um ano e foi a Bondi de trem, como de costume nos fins de semana.

O ataque em Bondi Beach chocou a Austrália e o mundo, levantando questões sobre segurança pública, radicalização e o heroísmo de cidadãos comuns que se colocam em risco para salvar outros.