FBI prende suspeito de bombas em Washington após 5 anos de investigação
FBI prende suspeito de bombas antes da invasão ao Capitólio

O FBI, a principal agência de investigação doméstica dos Estados Unidos, anunciou nesta quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, a prisão de um homem suspeito de ter colocado duas bombas caseiras em Washington na noite que antecedeu o ataque ao Capitólio americano. A captura marca o fim de uma complexa investigação que durou quase cinco anos.

Detalhes da prisão e dos crimes

Brian Cole Jr., de 30 anos, residente na cidade de Woodbridge, no estado da Virgínia, foi detido pelos agentes federais. Ele é acusado de ter instalado os dispositivos explosivos na capital norte-americana na noite do dia 5 de janeiro de 2021, apenas um dia antes dos violentos distúrbios no Capitólio, quando apoiadores do então presidente Donald Trump invadiram o prédio do Congresso.

Os artefatos foram deixados em locais estratégicos e simbólicos: nas proximidades das sedes do Comitê Nacional Democrata e do Comitê Nacional Republicano. Embora os explosivos tenham sido desativados a tempo e não tenham causado vítimas, peritos forenses afirmam que os dispositivos tinham potencial letal e poderiam ter causado graves danos e mortes se tivessem detonado.

Uma investigação longa e minuciosa

A secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, descreveu a operação que levou à prisão como o resultado de um "trabalho policial paciente e meticuloso". Durante os cinco anos de apuração, o FBI analisou uma quantidade monumental de evidências, incluindo:

  • Milhares de horas de gravações de vídeos de segurança.
  • Centenas de denúncias e pistas fornecidas pelo público.
  • Novas imagens e estimativas físicas do suspeito, divulgadas apenas em janeiro de 2025.

Agentes foram vistos entrando na casa da família de Cole, onde ele vivia com os pais, e recolhendo materiais de um carro estacionado na garagem. Cole trabalhava em uma empresa de serviços para noivas antes da prisão.

O silêncio que alimentou teorias da conspiração

A demora em identificar um suspeito transformou o caso em um terreno fértil para especulações e teorias conspiratórias. A falta de respostas concretas foi explorada por alguns parlamentares e comentaristas políticos, principalmente de vertente republicana.

Dan Bongino, que hoje ocupa o cargo de vice-diretor do FBI, chegou a insinuar, antes de assumir o posto, que o episódio poderia ter sido um "trabalho interno" ou parte de uma "operação de acobertamento". Aliados do ex-presidente Trump também usaram a lentidão da investigação para criticar falhas de segurança e tentar minimizar a gravidade da invasão ao Capitólio ocorrida no dia seguinte.

Com a prisão, os promotores federais avaliam apresentar novas acusações além da já formalizada de uso de artefatos explosivos. A investigação continua ativa para determinar pontos cruciais:

  1. Se Brian Cole Jr. agiu completamente sozinho ou tinha cúmplices.
  2. Se existia uma relação direta entre a colocação das bombas e os eventos planejados para o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro.

O caso reacende o debate sobre a violência política extrema e os desafios de investigar crimes de alto impacto em um ambiente polarizado.