Os Estados Unidos intensificaram dramaticamente sua pressão sobre a Venezuela nesta segunda-feira, 24 de novembro de 2025, ao designar oficialmente o chamado Cartel dos Sóis como uma organização terrorista estrangeira. O grupo, supostamente chefiado pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro, é acusado pelo governo Trump de integrar uma rede de narcotráfico envolvendo altos funcionários do governo.
Nova classificação traz consequências imediatas
A decisão histórica concede ao presidente Donald Trump autoridade ampliada para impor novas sanções contra bens e infraestrutura ligados a Maduro. A designação é uma das ferramentas antiterroristas mais importantes do Departamento de Estado e representa uma escalada significativa na já tensa relação entre os dois países.
Juristas americanos afirmam que a nova classificação não autoriza explicitamente o uso de força letal. Contudo, autoridades do governo Trump argumentam que ela oferece a Washington "opções militares ampliadas" para operações dentro do território venezuelano.
Contexto militar e político da decisão
A medida ocorre em meio a uma impressionante demonstração de força militar americana na região. As Forças Armadas dos Estados Unidos concentraram mais de uma dúzia de navios de guerra e 15 mil soldados no Caribe como parte da "Operação Lança do Sul", iniciativa que já resultou na morte de pelo menos 83 pessoas em ataques a barcos suspeitos de transporte de drogas.
De acordo com informações da imprensa americana, Trump foi informado por seu secretário da Defesa, Pete Hegseth, sobre uma série de opções de ação dentro da Venezuela, incluindo:
- Ataques a instalações militares ou governamentais
- Incursões da CIA em operações especiais
- Manutenção da pressão diplomática e econômica
Reações e cenário político
Enquanto isso, a opinião pública americana mostra-se dividida sobre o assunto. Uma pesquisa da CBS News/YouGov revelou que 70% dos americanos se opõem a uma ação militar na Venezuela, enquanto 30% são favoráveis. Significativamente, 76% dos entrevistados afirmam que o governo Trump não explicou claramente seu posicionamento sobre a questão.
Maduro sempre negou qualquer envolvimento pessoal com o comércio de drogas ilícitas, e seu governo repetidamente negou a existência do suposto Cartel dos Sóis. Especialistas descrevem o grupo menos como uma organização criminosa estruturada e mais como uma rede descentralizada de grupos corruptos dentro do Exército venezuelano.
Oficialmente, a Casa Branca afirma que suas ações visam reduzir os fluxos ilegais de imigrantes e drogas, mas as medidas sem precedentes sugerem que a mudança de regime na Venezuela também está na agenda. Um funcionário do governo americano afirmou à CNN que Trump espera que a pressão seja suficiente para forçar Maduro a renunciar sem necessidade de ação militar direta.
As tensões atingiram novo patamar na última quinta-feira, quando os Estados Unidos realizaram sua maior demonstração militar perto da Venezuela, com pelo menos seis aeronaves americanas sobrevoando a costa do país por várias horas, incluindo um caça supersônico F/A-18E e um bombardeiro estratégico B-52.