Presidente do Miss Universo é investigado por tráfico após polêmica com Miss México
Chefe do Miss Universo investigado por tráfico de drogas

O mundo dos concursos de beleza está envolvido em uma das maiores polêmicas de sua história. Raúl Rocha Cantú, presidente do Miss Universo, tornou-se alvo de uma investigação criminal por suposto envolvimento com tráfico de drogas, armas e combustível.

Investigação da FGR contra presidente do concurso

A Fiscalía General de la República (FGR), órgão equivalente ao Ministério Público no Brasil, confirmou a abertura de um inquérito desde novembro de 2024. As investigações focam em crimes de organização criminosa relacionados ao narcotráfico, roubo de combustível - conhecido localmente como huachicol - e tráfico de armas.

Um agente federal, que falou sob condição de anonimato, identificou o investigado como sendo o próprio Raúl Rocha Cantú. A FGR informou que está coletando dados fundamentais para aprofundar as investigações contra uma pessoa identificada como Raúl "R".

Há dez dias da divulgação dessas informações, um juiz federal havia emitido treze ordens de prisão contra alguns dos envolvidos no caso. Entre os detidos está uma funcionária federal, embora a FGR não tenha divulgado a identidade completa de todos os processados.

Polêmicas no Miss Universo 2025

As investigações contra Rocha Cantú ocorrem em meio a uma série de controvérsias que marcaram a última edição do concurso. A vencedora, Fátima Bosch, do México, foi insultada publicamente pelo executivo tailandês Nawat Itsaragrisil, responsável pela organização do evento em 2025.

Durante uma transmissão ao vivo em 4 de novembro, Nawat chamou a Miss México de "estúpida" por, segundo ele, não publicar conteúdo suficiente sobre a Tailândia em suas redes sociais. O caso gerou ampla repercussão e chegou até a presidente do México, Claudia Sheinbaum, que elogiou Bosch por enfrentar a situação com dignidade.

"O que o diretor fez foi desrespeitoso: ele me chamou de estúpida", declarou Bosch a jornalistas após o incidente. "O mundo precisa ver isso porque somos mulheres empoderadas e esta é uma plataforma para a nossa voz".

Acusações de fraude e desistências no júri

A polêmica não parou no insulto à vencedora. Segundo a agência de notícias RFI, dois membros do júri desistiram de participar do evento. O compositor francês Omar Harfouch acusou o concurso de ser manipulado, mencionando um "voto secreto e ilegítimo" que teria ocorrido sem o verdadeiro júri do Miss Universo.

Em publicação no Instagram, Harfouch foi direto: "Miss México é uma vencedora falsa". A organização do concurso negou veementemente as acusações.

Já o ex-jogador da seleção francesa de futebol Claude Makélélé anunciou nas redes sociais que deixava o júri por "razões pessoais imprevistas", aumentando as especulações sobre problemas internos na organização do evento.

Homenagem brasileira e silêncio da organização

Em meio a todas essas controvérsias, a brasileira Gabriela Lacerda conseguiu um momento de destaque positivo durante uma competição preliminar dedicada a trajes típicos nacionais. A miss desfilou vestida de Nossa Senhora Aparecida, santa considerada a padroeira do Brasil e a quem é devota.

O traje, criado pelo designer Mario Cezar, repercutiu positivamente nas redes sociais e mostrou a diversidade cultural que o concurso pretende representar.

A Organização Miss Universo mantém-se em silêncio sobre todas as acusações, tanto as relacionadas à investigação criminal de seu presidente quanto às polêmicas durante o concurso. A vitória de Fátima Bosch, em meio a todo esse turbilhão, é vista por muitos como uma resposta às polêmicas que cercaram sua participação.