Brasileiro acusa TAP de encobrir abuso sexual em voo Viena-Lisboa
Brasileiro relata abuso sexual em voo da TAP

Um brasileiro de 35 anos, portador também da cidadania portuguesa, fez uma grave denúncia contra a companhia aérea TAP após relatar ter sido vítima de abuso sexual durante um voo que partiu de Viena, na Áustria, com destino a Lisboa.

O incidente durante o voo

Marcelo Barros, conhecido como Manotokio nas redes sociais, contou à RTP Açores que o episódio ocorreu no dia 14 de novembro, durante o trajeto entre as duas capitais europeias. Segundo seu relato, ele decidiu "descansar um pouco" durante a viagem, mas foi acordado de forma abrupta.

"Quando eu acordei, despertei com uma mulher me pegando", afirmou o brasileiro em vídeo publicado no YouTube, detalhando que os toques indevidos aconteceram em suas partes íntimas.

Marcelo ainda descreveu que a passageira responsável pelo abuso aparentava estar "drogada e bêbada" durante o ocorrido. Um detalhe que aumentou sua apreensão foi o fato de a mulher ocupar justamente a poltrona da fila de emergência.

Falta de ação da tripulação

O brasileiro afirma ter comunicado imediatamente a tripulação sobre o assédio sexual, mas seus apelos teriam sido ignorados. Em suas redes sociais, ele chegou a declarar que encontrou "dois comissários a bordo dormindo" durante o voo.

"Apesar de comunicar o fato ocorrido e ter sido testemunhado por outros passageiros e comunicado para a tripulação, exigindo a presença da Polícia Judiciária ainda com o voo em fase de descida, nada foi feito", escreveu Marcelo em suas denúncias.

Ele classificou a conduta da TAP como "omissão dolosa e inconsequente", destacando que mesmo com testemunhas entre os passageiros, nenhuma medida foi tomada pela equipe de cabine.

Desembarque sem autoridades

Após o pouso em Lisboa, Marcelo criticou a ausência de autoridades policiais no desembarque. "Tem que ter um oficial de justiça ali no momento para poder fazer o auto de flagrante. Eu saí do voo como se no voo não tivesse acontecido nada", desabafou.

Insatisfeito com a situação, o brasileiro gravou vídeos no aeroporto denunciando publicamente o caso. Em uma das gravações, ele aparece visivelmente abalado e exige: "Pode chamar a polícia. Aliás, depressa chame a polícia. O mais rápido possível".

Investigação em andamento

Segundo informações da RTP Açores, a Polícia Judiciária portuguesa já abriu uma investigação para apurar os fatos denunciados por Marcelo Barros. O portal Notícias ao Minuto confirmou que entrou em contato tanto com a corporação policial quanto com a TAP, mas ainda aguarda posicionamentos oficiais sobre o caso.

Marcelo Barros, que possui quase meio milhão de seguidores no YouTube, também revelou ser autista e relata sofrer sequelas físicas e psicológicas após ter passado 35 dias em coma em 2013, devido a um caso de leptospirose.

O voo tinha como destino final os Açores, onde Marcelo desembarcaria para encontrar sua esposa e filha, tornando o episódio ainda mais traumático para o brasileiro que se preparava para um reencontro familiar.