Tiroteio em Bondi: 15 mortos em ataque terrorista na Austrália com vítimas de 10 a 87 anos
Ataque terrorista em praia australiana deixa 15 mortos

Um ataque a tiros classificado como incidente terrorista pela polícia australiana deixou um rastro de morte e pânico na icônica praia de Bondi, em Sydney, na última terça-feira (16). O saldo foi de 15 pessoas mortas e dezenas de feridas, em um ato que autoridades afirmam ter sido planejado para atingir a comunidade judaica local durante as celebrações do primeiro dia do Hanukkah.

Detalhes do ataque e perfil dos atiradores

Dois homens, identificados como pai e filho, abriram fogo contra civis que se reuniam no local. O pai, de 50 anos, portava licença para armas e foi morto em confronto com a polícia. O filho, de 24 anos, foi detido com ferimentos graves, mas em estado estável. As vítimas tinham idades entre 10 e 87 anos, incluindo uma menina que não resistiu aos ferimentos no hospital.

O comissário da Polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, confirmou que os atiradores tinham ideologia extremista e se inspiraram no grupo Estado Islâmico. Dentro do veículo usado por eles, foram encontradas bandeiras artesanais da organização terrorista. Apesar da inspiração, o governo australiano acredita que os homens agiram de forma independente, sem ordens diretas do grupo.

Investigação internacional e viagem às Filipinas

As investigações ganharam caráter internacional. A polícia revelou que os dois suspeitos viajaram para as Filipinas um mês antes do atentado, passando quase todo o mês de novembro no país. As motivações e os locais visitados durante essa viagem são um dos focos principais do inquérito.

As autoridades das Filipinas e da Índia estão cooperando ativamente com a Austrália. A chanceler filipina, Maria Theresa Lazaro, telefonou para a ministra das Relações Exteriores australiana, Penny Wong, para solidarizar-se e combinar o compartilhamento de informações. O atirador mais velho possuía nacionalidade indiana, era da cidade de Hyderabad e tinha um passaporte do país. Seu filho portava passaporte australiano.

A polícia indiana afirmou que o homem mais velho não mantinha contato próximo com a família na Índia e que seus parentes não tinham conhecimento de qualquer radicalização. As autoridades do país asiático garantiram cooperação total com as agências investigativas.

Repercussão global e ato de heroísmo

O primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, foi enfático ao afirmar que o alvo era a comunidade judaica. A tragédia chocou o mundo e gerou uma onda de condolências. Líderes como o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, condenaram veementemente o ato e o antissemitismo.

Em meio ao caos, um ato de coragem chamou a atenção. Um homem de 43 anos, vendedor de frutas, conseguiu desarmar um dos atiradores, sendo baleado duas vezes no processo. "É a cena mais inacreditável que já vi", disse Minns, classificando o civil como um "herói genuíno" que arriscou a própria vida para salvar outras.

O ataque interrompeu a relativa paz do país em relação a tiroteios em massa, um tipo de violência rara na Austrália desde as rigorosas leis de controle de armas implementadas após o massacre de Port Arthur, em 1996.