EUA divulgará arquivos de Epstein em 30 dias, anuncia procuradora
Arquivos de Epstein serão divulgados em 30 dias

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos irá disponibilizar publicamente os arquivos completos da investigação sobre Jeffrey Epstein dentro dos próximos 30 dias, conforme anunciado pela procuradora-geral Pam Bondi nesta quarta-feira (19).

Pressão política e aprovação rápida no Congresso

O movimento ocorre um dia após o Congresso norte-americano aprovar quase por unanimidade um projeto de lei que obriga o governo a liberar todas as informações sobre o bilionário, acusado de abusar sexualmente de mais de 250 meninas menores de idade e operar uma extensa rede de exploração sexual durante os anos 2000.

Durante coletiva de imprensa, Bondi confirmou que o departamento cumprirá a determinação legal, mas fez uma importante ressalva: a divulgação pode não ser completa, já que a agência poderá reter materiais que possam interferir em investigações ordenadas pelo presidente Donald Trump sobre figuras democratas associadas a Epstein.

Proteção às vítimas e compromisso com transparência

A procuradora-geral garantiu que a identidade de todas as vítimas de tráfico sexual mencionadas nos documentos será rigorosamente protegida. "Continuaremos a cumprir a lei e a incentivar a máxima transparência", afirmou Bondi durante o anúncio.

O texto da lei aprovada pelo Congresso estabelece que todos os documentos da investigação, incluindo informações sobre a morte de Epstein na prisão em agosto de 2019, devem ser divulgados em até 30 dias após a sanção presidencial. A legislação permite que o Departamento de Justiça oculte informações pessoais das vítimas ou dados de investigações em andamento, mas proíbe expressamente censuras baseadas em "constrangimento, dano à reputação ou sensibilidade política".

Contexto político e revelações recentes

Esta decisão representa uma significativa derrota política para o presidente Donald Trump, que durante sua campanha de 2024 havia prometido tornar públicos os arquivos secretos sobre o caso. Em fevereiro deste ano, seu governo liberou parcialmente alguns documentos, mas depois o Departamento de Justiça afirmou não ter encontrado provas da existência de uma lista de clientes de Epstein - declaração que frustrou apoiadores do presidente.

A situação se complicou para Trump quando o Congresso divulgou mais de 20 mil páginas de arquivos no dia 12 de novembro, contendo e-mails trocados por Epstein. Em uma mensagem de janeiro de 2019, o bilionário escreveu que Trump "sabia sobre as garotas". Em outro e-mail de 2011, ele mencionou à sua parceira Ghislaine Maxwell que uma das vítimas "passou horas na minha casa com ele... e ele nunca foi mencionado uma única vez".

A expectativa é que Trump sancione a lei ainda nesta quarta-feira (19), iniciando oficialmente a contagem regressiva para a divulgação completa dos documentos que prometem revelar novos detalhes sobre um dos casos mais notórios de exploração sexual da história recente dos Estados Unidos.