Ataque a tiros abala segurança na capital americana
Um imigrante afegão que já trabalhou para o Exército americano e para a CIA foi identificado como o autor do ataque a tiros contra dois membros da Guarda Nacional nas proximidades da Casa Branca. O incidente ocorreu na quarta-feira (26) e deixou os militares em estado crítico.
Suspeito tinha ligações com forças americanas
As autoridades americanas revelaram na madrugada desta quinta-feira (27) que Rahmanullah Lakanwal, cidadão afegão de 29 anos, é o principal suspeito do ataque. Segundo informações, o homem havia trabalhado para o Exército dos Estados Unidos e para a Agência Central de Inteligência em Cabul antes de migrar para o país.
O Departamento de Segurança Interna confirmou que Lakanwal agiu sozinho no atentado em Washington D.C. Investigadores apuraram que o afegão solicitou asilo em 2024, durante o governo Biden, tendo seu pedido sido aprovado em abril de 2025 pela administração Trump.
O presidente Donald Trump confirmou que o suspeito chegou aos Estados Unidos em setembro de 2021, coincidindo com a retirada das tropas americanas do Afeganistão após 20 anos de operação no país.
Detalhes do ataque e resposta presidencial
O incidente ocorreu no início da tarde de quarta-feira na estação de metrô Farragut West, localizada a apenas duas quadras da Casa Branca. De acordo com o chefe adjunto da polícia de Washington, Jeffrey Carroll, o suspeito "emboscou" as vítimas.
"Ele dobrou a esquina, levantou o braço segurando a arma de fogo e atirou contra os membros da Guarda Nacional", detalhou Carroll em coletiva à imprensa.
O diretor do FBI, Kash Patel, corrigiu informações anteriores e confirmou que os dois soldados permanecem vivos, mas em estado crítico. "Dois dos nossos valentes membros da Guarda Nacional foram atacados em um ato horrível de violência. Eles foram atingidos por disparos e estão em estado crítico", declarou Patel.
Trump, que passava o feriado de Ação de Graças na Flórida, reagiu com dureza ao incidente. O presidente classificou o ataque como "um ato de maldade, um ato de ódio e um ato de terrorismo" e prometeu que seu governo "reavaliará" a situação dos afegãos que entraram no país durante o governo Biden.
Em publicação na rede social Truth Social, o republicano se referiu a Lakanwal como "um animal" e garantiu que ele "pagará caro" pelo ataque.
Consequências imediatas e reforço de segurança
O secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, anunciou o envio de 500 militares adicionais para Washington, elevando para mais de 2.500 o número de agentes da Guarda Nacional destacados na capital.
"Isso só fortalecerá nossa determinação de garantir que façamos de Washington D.C. uma cidade segura e bonita", afirmou Hegseth.
Em resposta imediata ao ataque, o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) suspendeu temporariamente o "processamento de todos os pedidos de imigração referentes a cidadãos afegãos". A medida permanecerá em vigor até que seja concluída uma revisão dos protocolos de segurança e verificação.
Este representa o incidente mais grave envolvendo a Guarda Nacional desde junho, quando a administração Trump começou a enviar tropas para várias cidades governadas por democratas como parte de sua estratégia de combate à criminalidade.