Mansão de R$ 100 mi e iate: a vida de luxo do empresário acusado de sonegar R$ 26 bi
Vida de luxo de empresário acusado de sonegar R$ 26 bilhões

Um retrato do luxo e da ostentação financiados, segundo a Receita Federal, por uma das maiores dívidas tributárias do país. O Fantástico viajou até Miami, nos Estados Unidos, para revelar os detalhes da vida do empresário Ricardo Magro, acusado de sonegar a impressionante quantia de R$ 26 bilhões aos cofres públicos.

O epicentro do luxo: uma mansão com história

A reportagem adentrou um dos bairros mais exclusivos e vigiados da cidade americana para mostrar a residência de Magro. A propriedade, que já pertenceu à estrela da NBA LeBron James, foi adquirida há cerca de dez anos por aproximadamente R$ 100 milhões.

Localizada à beira-mar, com vista frontal para a Baía de Biscayne, a mansão possui um ancoradouro privativo com capacidade para duas embarcações de até 20 metros. O interior é marcado pela grandiosidade: seis quartos, oito banheiros e uma casa de hóspedes independente.

Extravagâncias em terra, mar e ar

Dentro da casa, um detalhe chama a atenção: um octógono para treinos de artes marciais, uma das paixões do empresário. Mas as extravagâncias não param por aí.

Magro também possui uma "casa sobre a água": um iate avaliado em cerca de R$ 9 milhões, equipado com sala de estar, quartos e cozinha. Para os deslocamentos em terra, ele utiliza um carro esportivo italiano de alto padrão, cujo valor médio supera os R$ 700 mil. E para viagens mais longas, conta com um jatinho particular, estimado em R$ 25 milhões.

A defesa e a busca pela recuperação do patrimônio

Em nota, o grupo Refit, ligado ao empresário, afirmou que os débitos tributários estão sendo contestados judicialmente. A empresa negou qualquer tentativa de ocultar receitas, fraudar o pagamento de impostos ou praticar irregularidades. Também rejeitou qualquer ligação com postos de combustíveis controlados por organizações criminosas.

No entanto, especialistas e autoridades questionam como uma estrutura empresarial com dívidas bilionárias permaneceu ativa por tanto tempo. Robinson Barreirinhas, secretário especial da Receita Federal, foi enfático: "Nós estamos falando aqui de crime de evasão, crime de fraga".

A procuradora-geral do Estado de São Paulo reforçou o objetivo das investigações: "O que a gente pretende agora é recuperar o patrimônio identificado. Esse recurso é da sociedade, do cidadão". A reportagem também tentou localizar Magro em outro endereço nos EUA, ligado a uma fundação aberta por ele, mas o local estava fechado.

A Operação Poço do Lobato, que tem Magro como um de seus principais alvos, evidencia a dura batalha do fisco contra a sonegação de grande escala e a complexa tarefa de rastrear e recuperar bens adquiridos com recursos que, segundo a acusação, deveriam pertencer ao povo brasileiro.