Operação Poço de Lobato apreende R$ 122 mil e esmeraldas em Campinas
Operação contra fraude fiscal em Campinas e Paulínia

Nesta quinta-feira (27), uma força-tarefa composta pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Polícia Militar realizou uma operação de combate à fraude fiscal nas cidades de Campinas e Paulínia, no interior de São Paulo.

Itens apreendidos na operação

Entre os materiais confiscados pelas autoridades estão documentos, celulares, computadores e aproximadamente R$ 122 mil em dinheiro. Um dos achados mais surpreendentes foram pedras preciosas do tipo esmeralda, que foram encontradas em uma empresa de Campinas.

As esmeraldas estavam armazenadas em oito sacos plásticos e cada pacote foi avaliado em cerca de R$ 11 mil. Segundo o Ministério Público de São Paulo, as pedras ainda passarão por perícia para determinar seu valor exato e origem.

Alcance da operação e prejuízo estimado

A ação cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Campinas e três em Paulínia. De acordo com a Polícia Militar, a organização investigada, formada por empresários e administradores de várias empresas, teria causado um prejuízo impressionante de mais de R$ 9 bilhões ao Estado de São Paulo entre 2007 e 2024.

A investigação integra o trabalho do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira-SP), que atua em parceria com a Receita Federal e a Procuradoria da Fazenda Nacional. O principal objetivo é esclarecer o funcionamento do esquema que fraudava o recolhimento do ICMS.

Operação nacional contra fraude no setor de combustíveis

A ação em Campinas e Paulínia faz parte da Operação Poço de Lobato, uma iniciativa nacional que combate um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis. Ao todo, foram cumpridos 126 mandados de busca e apreensão em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal e Bahia.

Segundo a Receita Federal, o grupo investigado é considerado o maior devedor do país, com mais de R$ 26 bilhões em dívidas, e tem conexão com pessoas e empresas já investigadas na Operação Carbono Oculto, realizada em 2025.

As investigações revelaram que a organização movimentou mais de R$ 70 bilhões em um único ano, utilizando empresas, fundos de investimento e negócios no exterior. A suspeita é que essa complexa estrutura servia para ocultar o dinheiro obtido ilegalmente e dificultar o rastreamento dos valores.

O grupo atuava em todas as etapas do setor de combustíveis, desde a importação até a venda em postos. Importadoras ligadas à organização compravam nafta, diesel e outros derivados no exterior, enquanto distribuidoras e postos associados deixavam de pagar impostos repetidamente.

O nome da operação homenageia o primeiro poço de petróleo perfurado no Brasil, em 1939, no bairro Lobato, em Salvador, na Bahia.