Operação mira esquema de R$ 215 mi em sonegação e lavagem em MG
MPMG investiga sonegação de R$ 215 mi e lavagem de dinheiro

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou nesta quarta-feira (2 de dezembro) uma operação de grande porte contra um grupo suspeito de montar um sofisticado esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. A ação, batizada de Operação Ambiente 186, tem como alvo atacadistas e redes de supermercados que teriam deixado de recolher mais de R$ 215 milhões em ICMS, imposto estadual sobre circulação de mercadorias.

Esquema fraudulento e alvos de peso

De acordo com as investigações, o grupo criminoso utilizava uma estrutura complexa para fraudar o fisco. A tática envolvia a emissão de notas fiscais falsas, a criação de empresas de fachada e a realização de movimentações financeiras consideradas suspeitas pelas autoridades. O objetivo central era ocultar a real circulação de mercadorias e, com isso, evitar o pagamento dos impostos devidos ao estado de Minas Gerais.

Entre os investigados está uma figura conhecida dos grandes escândalos nacionais: o publicitário Marcos Valério. Ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por seu papel como operador financeiro do Mensalão, durante o primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presença de seu nome entre os alvos adiciona um novo capítulo à sua trajetória judicial.

Cumprimento de mandados e próximos passos

A operação foi executada com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em várias cidades do território mineiro. As equipes do MPMG e da Polícia Civil atuaram para coletar documentos, arquivos digitais e quaisquer outros elementos que possam servir como prova para desarticular toda a estrutura fraudulenta.

Os promotores e investigadores agora se debruçam sobre uma análise minuciosa do patrimônio dos envolvidos e das irregularidades contábeis identificadas. O foco é encontrar evidências sólidas que possam comprovar, perante a Justiça, a prática de lavagem de dinheiro, crime que consiste em dar aparência lícita a recursos obtidos de forma ilícita.

Investigação em andamento

A investigação segue em fase de apuração e, até o momento, não há informações públicas sobre prisões ou sobre o número exato de pessoas e empresas que poderão ser responsabilizadas criminalmente. O g1 entrou em contato com a Polícia Civil de Minas Gerais, com o próprio Ministério Público estadual e com a defesa de Marcos Valério para obter mais detalhes, mas ainda aguarda retorno.

A Operação Ambiente 186 representa um golpe significativo contra um suposto esquema que lesou os cofres públicos em centenas de milhões de reais. O caso evidencia o trabalho contínuo dos órgãos de controle no combate a crimes financeiros de alta complexidade, que prejudicam a arrecadação e, consequentemente, os serviços prestados à população.