Numa ação que parece saída de um filme policial, a Polícia Civil de Teresina fez uma apreensão de tirar o fôlego: mais de 30 tambores abarrotados de combustível de origem duvidosa. O suspeito — que nem tentou disfarçar a surpresa — foi pego com a boca na botija enquanto organizava o estoque clandestino.
Segundo os agentes, o material estava armazenado de qualquer jeito num galpão improvisado. "Dava pra sentir o cheiro de gasolina a quarteirões de distância", contou um dos policiais, ainda com a voz rouca pela inalação dos vapores. Não é pra menos: estamos falando de quase 6 mil litros de combustível circulando fora dos padrões da ANP.
Risco que pinga e corre
O perigo vai muito além da ilegalidade. Especialistas alertam que esse tipo de produto, sem os controles de qualidade, pode:
- Danificar motores de forma irreversível
- Causar explosões por impurezas voláteis
- Poluir lençóis freáticos quando armazenado sem cuidado
E o pior? O prejuízo não é só técnico. "Cada litro vendido debaixo dos panos significa menos recurso pra saúde e educação", explica um delegado que pediu pra não ser identificado. A economia de meia dúzia de reais no tanque pode custar caro pra sociedade.
O flagra
A operação foi discreta mas eficiente. Após denúncias anônimas (sempre elas!), os investigadores passaram semanas monitorando o local. Quando o suspeito — um homem de 38 anos com histórico de infrações similares — chegou pra mais um "carregamento", a rede fechou.
No depósito, a cena era digna de filme: tambores empilhados de qualquer jeito, bombas improvisadas e até um "controle de estoque" feito num caderno escolar. "Parecia a gambiarra do século", brincou um dos peritos, visivelmente impressionado com a falta de segurança do local.
Agora, o caso segue sob investigação. Enquanto isso, o combustível apreendido será analisado e o suspeito responde por crimes ambientais e contra a ordem tributária. A multa? Pode passar dos R$ 50 mil fácil — sem contar os possíveis anos atrás das grades.
