
Numa daquelas situações que parecem saídas de um roteiro de filme — mas que aconteceram de verdade —, fiscais da Receita Federal deram de cara com um achado no mínimo curioso durante uma inspeção de rotina no Aeroporto Internacional de Brasília. E não, não era droga, armas ou dinheiro não declarado. Era algo que ninguém esperava: 194 canetas supostamente emagrecedoras, escondidas na bagagem de um passageiro.
Parece piada, mas é sério. O caso aconteceu na última quinta-feira (15) e deixou até os agentes mais experientes coçando a cabeça. "Já vi de tudo nesses anos de fiscalização, mas canetas que prometem fazer milagres na balança? Essa é nova", comentou um dos fiscais, que preferiu não se identificar.
O que são essas tais canetas?
Segundo especialistas consultados, os produtos apreendidos alegavam conter substâncias termogênicas e supressoras de apetite — coisa que, convenhamos, não combina nem um pouco com a função tradicional de uma caneta. "É mais um daqueles produtos milagrosos que surgem por aí, sem comprovação científica e, pior ainda, sem registro na Anvisa", explica a nutricionista Carla Mendes.
Detalhe preocupante: algumas embalagens vinham com instruções de uso sugerindo que o "usuário" deveria ingerir o conteúdo. Sim, você leu certo. Alguém estava tentando vender tinta (ou algo pior) como se fosse remédio.
Como descobriram?
Tudo começou quando o passageiro — um homem de 32 anos que vinha de São Paulo — foi selecionado para uma inspeção aleatória. Algo no comportamento dele chamou atenção. "Estava visivelmente nervoso, suando frio e evitando contato visual", relatou um agente. Quando abriram a mala... Surpresa! Lá estavam elas, cuidadosamente embaladas em papel alumínio, como se fossem algo precioso.
O caso agora está nas mãos da Polícia Federal, que investiga a origem dos produtos e possíveis ligações com redes de comércio ilegal. Enquanto isso, a Receita Federal aproveita para dar o recado: "Produtos não regulamentados que alegam efeitos terapêuticos são apreendidos e podem render multa pesada", alerta o supervisor da operação.
E você, leitor, o que acha? Até onde vai a criatividade dos contrabandistas? Uma coisa é certa: dessa vez, a fiscalização estava um passo à frente.