Justiça mantém prisão de Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master
Prisão de banqueiro Daniel Vorcaro é mantida pela Justiça

Justiça mantém prisão de presidente do Banco Master

A Justiça Federal decidiu manter a prisão de Daniel Vorcaro, presidente e proprietário do Banco Master, após rejeitar um pedido de habeas corpus na última quinta-feira (20). A decisão foi tomada pela desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que apontou indícios veementes de gestão fraudulenta e organização criminosa.

Defesa contesta alegações da Polícia Federal

Em nota divulgada no sábado (22), a defesa do banqueiro negou categoricamente a existência de uma fraude de R$ 12 bilhões, conforme estimativa da Polícia Federal. Os advogados argumentaram que as investigações se baseiam em fatos inexistentes e que as carteiras de crédito investigadas nunca foram transferidas definitivamente ao BRB.

Segundo a defesa, o Banco Master adquiriu previamente as carteiras de crédito junto a terceiros que atuavam na originação de créditos, prática que descrevem como comum no mercado financeiro. Eles enfatizam que o banco não captou diretamente os empréstimos consignados que compunham essas carteiras.

Operação Compliance Zero e consequências

A prisão de Vorcaro ocorreu no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, horas após o anúncio da venda do Banco Master para um consórcio liderado pela Fictor Holding Financeira. A operação da PF, batizada de Compliance Zero, resultou também na prisão de outros sete suspeitos, sendo que dois já foram liberados.

Como consequência direta da operação, o Banco Central emitiu comunicado decretando a liquidação extrajudicial do Master e a indisponibilidade dos bens dos controladores e ex-administradores da instituição, interrompendo automaticamente a negociação de venda.

A Polícia Federal alega que Vorcaro iria fugir para a Europa, enquanto a defesa sustenta que ele viajaria para uma reunião de negócios em Dubai. A Justiça Federal de Brasília determinou que todos os presos da operação permaneçam detidos na carceragem da Superintendência da PF no bairro da Lapa, Zona Oeste de São Paulo.

Um novo pedido de habeas corpus enviado pela defesa de Vorcaro ainda será analisado pelo TRF1, mas não tem data marcada para julgamento.