Um caso de agiotagem foi desmantelado pela Polícia Civil em Campo Formoso, no norte da Bahia, resultando na prisão de um homem acusado de praticar empréstimos com juros extorsivos. A operação, realizada nesta quarta-feira (16), revelou como o suspeito se aproveitava da vulnerabilidade financeira de moradores da região.
Operação policial prende agiota em flagrante
De acordo com as investigações, o homem de 46 anos era conhecido na comunidade por oferecer empréstimos rápidos, mas cobrava taxas de juros absurdamente altas dos tomadores. A prática, conhecida como agiotagem, é crime previsto no artigo 4º da Lei 1.521/51 e pode levar à pena de dois a cinco anos de prisão.
A prisão ocorreu em flagrante após denúncias de vítimas que não conseguiam honrar os compromissos financeiros assumidos com o agiota. Muitas delas teriam contraído dívidas em momentos de extrema necessidade, sem alternativas no sistema financeiro tradicional.
Vítimas em situação de vulnerabilidade
As investigações apontam que o criminoso escolhia cuidadosamente suas vítimas, preferindo pessoas com dificuldades econômicas e pouco acesso ao crédito formal. "Essa prática criminosa se alimenta da desesperança e da urgência financeira das pessoas", explicou um delegado envolvido no caso.
Os valores dos empréstimos variavam, mas os juros cobrados eram tão elevados que rapidamente se tornavam impagáveis, criando um ciclo de endividamento difícil de romper para as vítimas.
Riscos da agiotagem para a população
Especialistas alertam que a agiotagem representa um perigo duplo para a sociedade:
- Prejuízo financeiro: As taxas abusivas podem multiplicar a dívida original em poucos meses
- Risco à integridade física: Muitas vezes, as cobranças são acompanhadas de ameaças e violência
- Dependência financeira: As vítimas ficam presas em um ciclo vicioso de novos empréstimos para pagar dívidas antigas
A Polícia Civil reforça a importância de denunciar casos de agiotagem, garantindo o sigilo das informações e a proteção das vítimas. "É fundamental que as pessoas busquem alternativas legais de crédito e não caiam na tentação dos empréstimos fáceis", orientou o delegado responsável pelas investigações.
O preso foi encaminhado ao sistema prisional e responderá pelos crimes de agiotagem e exercício ilegal da atividade de financiamento.
