
Imagine acordar com a sensação de que seu negócio está seguro, as contas em dia, e de repente descobrir que foi vítima de um golpe tão elaborado que parece roteiro de filme. Pois é exatamente o que aconteceu com vários produtores rurais do Sul de Minas.
A Polícia Civil, numa ação batizada de Operação Sopro Silencioso, está desmontando uma organização criminosa especializada em aplicar golpes milionários no agronegócio. A investigação começou discretamente no ano passado, mas só agora a coisa toda veio à tona.
O Modus Operandi: Uma Verdadeira Aula de Malandragem
Os criminosos – que tinham uma lábia convincente e conhecimento do setor – abordavam agricultores oferecendo serviços de regularização e obtenção de financiamentos. Só que, no meio do processo, a cartilha do crime entrava em ação.
Eles falsificavam documentos com uma perícia assustadora: contratos, notas promissórias, até mesmo procurações públicas que davam a eles plenos poderes para negociar em nome das vítimas. Com essa papelada toda falsa, conseguiam acessar linhas de crédito e desviar o dinheiro para contas controladas pela quadrilha.
O mais revoltante? Muitas vezes o produtor só descobria a fraude quando as cobranças começavam a chegar, ou quando tentava acessar um crédito e se via endividado até o pescoço por empréstimos que nunca contraiu.
Os Números Assustam (e Muito)
Até agora, as investigações apontam um prejuízo que beira os R$ 5 milhões. Mas, cá entre nós, essa cifra pode ser só a ponta do iceberg. A delegada titular da 2ª Delegacia de Polícia de Varginha, Mariana Campos – que está à frente das investigações – não descarta que o esquema seja muito maior.
«Estamos falando de um crime de white collar sofisticado, que exige conhecimento específico das regras do agronegócio», comenta a delegada, com a seriedade de quem está cansada de ver esse tipo de coisa.
Os Alvos da Investigação
Nesta quinta-feira (19), a força-tarefa saiu às ruas para cumprir mandados de busca e apreensão em três cidades: Varginha, Três Pontas e Elói Mendes. A expectativa é encontrar mais documentos que comprovem a extensão da fraude e identifiquem todos os envolvidos.
Os investigados respondem por suspeita de estelionato, falsificação de documentos e formação de quadrilha. Se condenados, podem passar anos atrás das grades – o que, convenhamos, seria um alívio para quem teve a vida virada de cabeça para baixo.
O caso segue sob sigilo, mas a sensação é que essa operação só está começando. E você, o que acha? Será que o sistema de crédito rural é seguro o suficiente? A discussão, como se vê, está apenas começando.