
Era mais uma daquelas transações aparentemente normais no mundo pecuário — até que o gado sumiu. Literalmente. A Polícia Civil da Bahia acabou de prender um homem que, segundo as investigações, aplicou um dos golpes mais audaciosos já vistos no agronegócio baiano.
O esquema? Vender animais que simplesmente não existiam. Parece piada, mas o prejuízo passa dos R$ 20 milhões. Um verdadeiro rombo no bolso dos produtores rurais.
O Mestre da Ilusão Bovina
O suspeito — cujo nome ainda não foi divulgado — atuava na região de Irecê, um dos principais polos pecuários do estado. Ele se passava por representante de uma empresa que, pasmem, nem sequer existia no mundo real. Criava uma teia de mentiras tão convincente que enganou criadores experientes.
Como funciona um golpe desses? É quase inacreditável. O indivíduo oferecia gado a preços tentadores, recebia adiantamentos — às vezes centenas de milhares de reais — e depois sumia do mapa. Quando os compradores iam buscar os animais, descobriam que as propriedades rurais onde o gado supostamente estava nem eram dele.
Operação Fechou o Cerco
A prisão aconteceu durante a Operação Disparada, que não é nenhuma novidade por aqui — já está na sua quinta fase. Dessa vez, os policiais civis executaram um mandado de prisão preventiva em Irecê, além de outros três mandados de busca e apreensão espalhados pela região.
Os investigadores conseguiram mapear pelo menos cinco vítimas — todas criadoras de gado — que juntas perderam mais de R$ 20 milhões. Uma fortuna que evaporou junto com a promessa de gado fantasmas.
O Golpe do Século no Interior
O que mais choca nesse caso é a sofisticação da fraude. Não era um golpe simples — o sujeito montou toda uma estrutura fictícia, com documentos que pareciam legítimos e promessas de entrega em prazos específicos. Chegou a marcar datas para a retirada dos animais em propriedades rurais de terceiros, sem que os verdadeiros donos soubessem de nada.
Imagina a cena: o produtor chega na fazenda todo contente para buscar seu gado recém-comprado e leva o maior susto quando o verdadeiro proprietário diz que não vendeu nada para ninguém. Situação constrangedora — e cara.
Os prejuízos são tão grandes que ameaçaram a sobrevivência de algumas propriedades rurais. Num setor que já enfrenta tantos desafios, um golpe desses pode ser o golpe final para pequenos e médios produtores.
Agora o suspeito responde por estelionato qualificado — e olha, pela dimensão do prejuízo, não vai sair tão cedo. A Polícia Civil ainda investiga se havia mais pessoas envolvidas nessa trama que, convenhamos, teve mais furo que queijo suíço.