Golpe na Barra: Escritório de empréstimos falsos é desmantelado pela polícia no Rio
Escritório de empréstimos falsos é desmantelado na Barra

Era um escritório como tantos outros na Barra da Tijuca — vidros espelhados, ar-condicionado gelando e uma placa bonita prometendo "soluções financeiras rápidas". Só que, no balcão, em vez de ajuda, havia um esquema tão ardiloso que deixaria até o mais esperto dos malandros com inveja.

A Polícia Civil caiu como um raio no local nesta quarta (14) e desmontou a farsa. Detalhe: os "consultores financeiros" nem imaginavam que o jogo estava virando. "Chegamos como clientes, pedindo um empréstimo urgente. Em 20 minutos, já tinham inventado três taxas diferentes e um seguro obrigatório que não existia", contou um delegado que preferiu não se identificar — afinal, a investigação ainda corre em segredo.

Como a quadrilha operava

O esquema era simples, mas eficaz:

  • Anúncios na internet com juros baixíssimos (aqueles que fazem qualquer endividado cair como um patinho)
  • Primeiro contato cheio de formalidades — até certificado falso do Banco Central eles mostravam
  • Depois, a facada: pediam adiantamento para "liberar o crédito", algo entre R$500 e R$5.000

E o pior? Quem caía nesse conto do vigário não via um centavo do suposto empréstimo. "Tinha gente que vendia até o carro para pagar as tais taxas", revelou uma fonte da delegacia de crimes financeiros.

Quem caiu na rede

Pelo menos 37 vítimas já foram identificadas — e olha que a investigação mal começou. A maioria? Pessoas com nome sujo, desesperadas por qualquer linha de crédito. "Quando percebiam o golpe, já era tarde. Alguns nem denunciavam, com vergonha de ter acreditado", lamentou o delegado-chefe.

Ah, e tem um detalhe saboroso: os golpistas usavam nomes de empresas reais, mas com CNPJs falsificados. Uma cola tão mal feita que, segundo os investigadores, "nem passaria no controle do colégio".

Agora, a polícia corre contra o tempo para rastrear o dinheiro sumido. Suspeita-se que parte já foi para paraísos fiscais — porque golpista, quando é bom no que faz, não deixa rastro fácil.