
O clima na pequena cidade catarinense está tenso — e não é por causa do frio do inverno. Um empresário dono de uma revenda de veículos está no centro de uma tempestade jurídica, mas jura de pés juntos que não aplicou golpe em ninguém. "Foi a conjuntura econômica que nos pegou", defende-se, com a voz misturando cansaço e indignação.
Pois é... A história começou a virar polêmica quando clientes — uns cinco, pelo que apuramos — acionaram a Justiça alegando prejuízos na casa dos seis dígitos. Dizem ter pago por carros que nunca receberam ou que tiveram contratos cancelados sem aviso prévio. Uma senhora de 62 anos, que prefere não se identificar, chegou a vender um terreno para quitar supostas dívidas com a loja. "Parece enredo de novela das nove, mas é minha vida real", desabafa.
O outro lado da moeda
O empresário, que há 15 anos atua no ramo, rebate as acusações com argumentos que soam familiares nos últimos tempos:
- Fornecimento irregular de peças durante a pandemia
- Valorização absurda dos veículos usados
- Juros que "pareciam foguetes da NASA"
"Em 2020, meu estoque virou museu — carros parados, sem peças pra manutenção. Quando a demanda voltou, os preços tinham ido pro espaço", explica, enquanto mostra planilhas com números vermelhos que fariam qualquer contador ter pesadelos.
O que dizem as autoridades?
O Ministério Público de Santa Catarina já tem o caso em suas mãos — e não parece muito convencido pelas justificativas. "Quando vários clientes independentes relatam padrões idênticos de irregularidade, temos obrigação de investigar a fundo", declarou um promotor que acompanha o processo.
Curiosamente, a revenda continua funcionando. Na porta, um cartaz anuncia "condições imperdíveis" — ironia que não passou despercebida pelos moradores locais. "Ou é muita cara de pau ou inocência mesmo", comenta um taxista que prefere não se identificar.
Enquanto a Justiça não decide se houve má-fé ou apenas má sorte, os ânimos na cidade seguem acirrados. E você, leitor? Acredita em crise empresarial legítima ou enxerga indícios de golpe? A resposta pode estar nos detalhes — ou no bolso dos clientes prejudicados.