O Banco Central do Brasil determinou nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025, o início do processo de liquidação extrajudicial do Banco Master. A instituição financeira ficará sob regime de administração especial temporária pelo prazo de 120 dias.
Operação da Polícia Federal
A medida do BC foi anunciada no mesmo dia em que o proprietário do banco, Daniel Vorcaro, foi preso pela Polícia Federal junto com três diretores da instituição. A ação faz parte da Operação Compliance Zero, deflagrada com o objetivo de combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional.
Os policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão. As operações estão ocorrendo nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
Investigações e crimes investigados
As investigações tiveram início em 2024, após requisição do Ministério Público Federal, para apurar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira. Segundo a PF, os títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.
Estão sendo investigados os crimes de:gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros delitos relacionados ao sistema financeiro.
Contexto e proposta de compra
Interessantemente, na segunda-feira, um dia antes das medidas drásticas, o Banco Master havia recebido uma proposta de compra do grupo Fictor Holding Financeira. A oferta, no entanto, não foi suficiente para evitar a intervenção do Banco Central e as ações da Polícia Federal.
A sede do Banco Central, em Brasília, foi o palco do anúncio oficial da liquidação extrajudicial, marcando mais um capítulo na história de intervenções do órgão regulador no sistema financeiro brasileiro.