
Eis que a ganância bate à porta — e a Justiça fecha o cerco. Na região de Ribeirão Preto, um empresário do ramo cafeeiro acaba de receber uma sentença que vai ecoar nos armazéns de grãos: 8 anos de prisão por sumir com 1,5 mil sacas de café como se fossem fumaça. O prejuízo? Nada menos que R$ 6,3 milhões, valor que deixaria qualquer produtor de cabelos em pé.
Detalhes do caso — que parece saído de um roteiro de filme policial — revelam que o sujeito, dono de uma empresa de trading agrícola, simplesmente evaporou com a mercadoria alheia. As sacas, pertencentes a cooperativas e produtores da região, sumiram do mapa após serem entregues para comercialização. Conveniente, não?
Onde estava o café?
Pois é. A resposta veio em tom de ironia judicial: "Em lugar nenhum". Investigadores descobriram que o empresário usou documentos adulterados para vender o produto sem repassar o dinheiro aos legítimos donos. Uma jogada clássica, mas que, desta vez, deu com os burros n’água.
O juiz não só deu o veredito como enfatizou o caráter lesivo do crime: "Não se trata apenas de um prejuízo financeiro, mas de uma quebra de confiança no setor". E olha que o agronegócio paulista já tem desafios de sobra — de clima a custos de produção.
- Vítimas: 12 produtores e 3 cooperativas
- Período: Entre 2022 e 2023
- Estratégia: Notas fiscais falsas e promessas de pagamento "sempre no próximo mês"
Curiosamente, o réu tentou argumentar que era "vítima do mercado". Só que o juiz, com um pé no mundo real, rebateu: "Crise não justifica calote". A defesa anunciou recurso, mas a sensação por aqui é de que a corda arrebentou do lado certo.
Efeito dominó no campo
Para quem vive do café, casos assim são como geada no pé — queimam tudo. Pequenos produtores relataram atrasos no plantio e dívidas acumuladas. "Fiquei sem capital pra próxima safra", desabafou um agricultor que perdeu R$ 420 mil. Outros tiveram que vender equipamentos para cobrir despesas.
E você, o que acha? Será que 8 anos bastam para desestimular tramoias no agronegócio? Enquanto isso, a lição fica: no interior de São Paulo, café roubado acaba em xícara amarga — e, às vezes, em cela federal.