A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta quarta-feira (19) em Lajeado, no Rio Grande do Sul, para investigar crimes de exposição indevida da intimidade de parlamentares federais. Entre as vítimas está a senadora Soraya Thronicke, do Podemos, que teria sido alvo de falsas imagens nuas criadas com inteligência artificial.
Operação no Rio Grande do Sul
Os agentes da PF cumpriram dois mandados de busca e apreensão e um de busca na cidade de Lajeado, localizada a aproximadamente 120 quilômetros de Porto Alegre. A investigação teve início após um procedimento aberto pela Polícia Legislativa do Senado Federal, que identificou postagens inadequadas em redes sociais.
Segundo apurações, os investigados são suspeitos não apenas da criação de deepnudes - imagens falsas de pessoas nuas produzidas por inteligência artificial - mas também de apologia ao nazismo e racismo. A PF identificou em perfis dos suspeitos nas redes sociais publicações com mensagens de "superioridade" racial e referências ao regime nazista.
Crimes investigados
As investigações revelaram que a inteligência artificial foi utilizada especificamente para produzir conteúdo íntimo falso de parlamentares federais. Além da senadora Soraya Thronicke, outros parlamentares podem ter sido vítimas da mesma prática criminosa.
Os investigados poderão responder por dois tipos de crimes:
- Preconceito de raça ou cor
- Exposição indevida da intimidade sexual
A Polícia Federal optou por não divulgar os nomes dos investigados nesta fase das operações. O g1 tentou contato com a senadora Soraya Thronicke, mas não obteve resposta até a última atualização da reportagem.
Contexto das investigações
Esta operação representa um marco no combate a crimes digitais no Brasil, especialmente aqueles que utilizam tecnologias avançadas como a inteligência artificial para fins ilícitos. A criação e divulgação de deepnudes tem se tornado uma preocupação crescente em todo o mundo.
A investigação também chama atenção para a associação entre crimes digitais e ideologias extremistas, demonstrando como grupos utilizam ferramentas tecnológicas para disseminar conteúdo racista e ofensivo.
A Polícia Federal segue analisando o material apreendido durante as buscas e não descarta a possibilidade de novas operações relacionadas ao caso.