
Imagine confiar no próprio padrasto para uma simples ajuda tecnológica e acabar roubada em mais de vinte e sete mil reais? Pois essa foi a realidade brutal que uma jovem de Mogi Mirim enfrentou. A história, que parece sair de um roteiro de filme, resultou numa condenação judicial firme.
O caso – que chocou a cidade do interior paulista – teve seu veredito final nesta quarta-feira (20). O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a sentença: seis anos de prisão para o autor do crime, um homem de 43 anos que aproveitou a confiança da família para agir.
O Golpe Aproveitador
Tudo começou de forma simples, corriqueira até. A vítima, na época com 21 anos, pediu ao padrasto que a ajudasse a instalar o aplicativo do banco no seu celular. O que era para ser um gesto de auxílio familiar se transformou numa armadilha financeira.
Ele, sabendo de todas as informações necessárias – e provavelmente observando a digitação da senha –, não perdeu tempo. Nos dias seguintes, realizou uma série de transferências indevidas que totalizaram a impressionante quantia de R$ 27.650,00. Um verdadeiro rombo no patrimônio da jovem.
A Descoberta e a Reação
Como todo criminoso digital, ele deve ter pensado que não seria descoberto. Ledo engano. A enteada notou estranhas movimentações em sua conta e, desconfiada, foi atrás dos rastros digitais. O susto veio acompanhado da decepção: o autor era justamente quem deveria protegê-la.
A denúncia foi formalizada, o processo correu na 2ª Vara Criminal de Mogi Mirim – sob o comando do juiz Bruno César de Oliveira – e a sentença inicial foi de condenação. O padrasto, é claro, não aceitou quieto e recorreu. Alegou... pasmem... que o dinheiro era dele!
Segundo sua defesa, valores que recebeu da venda de um carro estariam depositados na conta da enteada. Uma versão que não conseguiu convencer ninguém, muito menos o tribunal.
O Veredito Final
Os desembargadores do TJ-SP foram implacáveis. Analisaram as provas – incluindo o extrato bancário que comprovava as transferências – e consideraram a alegação de defesa "inconsistente".
A pena foi mantida na íntegra: seis anos de prisão, inicialmente em regime semiaberto. A justiça entendeu que houve um claro abuso de confiança, o que agrava ainda mais a situação do condenado.
O caso serve como um alerta sombrio para os tempos atuais. Num mundo onde o digital facilita tudo, a maldade alheia também encontra novos caminhos. Até mesmo dentro de casa.