Adolescente de 17 anos identificado por crimes digitais e maus-tratos a animais
Jovem de 17 anos suspeito de crimes digitais na BA

A Polícia Civil de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (28) a identificação de um adolescente de 17 anos suspeito de cometer uma série de crimes digitais graves. O jovem foi localizado no município de Camaçari, na Bahia, e é alvo de dois mandados de busca e apreensão.

Crimes cometidos pelo adolescente

Segundo as investigações do Noad (Núcleo de Observação de Análise Digital), da SSP (Secretaria de Segurança Pública), o adolescente é acusado de divulgar ameaças de ataques a escolas e estimular pessoas a cometer suicídio. Além disso, ele é suspeito de prática de abuso sexual online e de realizar transmissões ao vivo de maus-tratos contra gatos.

As condutas criminosas eram praticadas em grupos restritos de redes sociais, onde o jovem demonstrava conhecimento avançado de tecnologia. Ele conseguia acessar, compilar e divulgar dados pessoais de autoridades policiais envolvidas no combate a crimes cibernéticos.

Violência contra animais e autoridades

Os investigadores revelaram detalhes chocantes sobre os crimes. O adolescente foi responsável pela morte de gatos e chegou a escrever o nome de um policial com o sangue dos animais. Em outro episódio, ele obrigou uma vítima a se cortar e escrever o nome da mesma autoridade.

A delegada Lisandrea Savariego, do Noad, que coordenou a operação, expressou preocupação com o perfil do suspeito. "O caso demonstra como estamos lidando com indivíduos extremamente dessensibilizados e sempre em busca de algo inovador no quesito violência e sofrimento alheio", afirmou.

Operação Heródoto e apreensões

A ação policial, batizada de Operação Heródoto, resultou do trabalho integrado entre as Polícias Civis de São Paulo e da Bahia. Durante o cumprimento dos mandados na casa do adolescente, foram apreendidos dispositivos eletrônicos e materiais considerados relevantes para as investigações.

A polícia solicitou a apreensão do adolescente, mas o pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça paulista. A SSP afirmou que a ação contribuiu para interromper as condutas ilícitas e reforçar a segurança da comunidade escolar e das autoridades que tiveram seus dados expostos.

A operação contou com equipes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo, da 18ª Delegacia Territorial de Camaçari, do Departamento de Inteligência Policial (DIP) e do Ciberlab da Polícia Civil da Bahia, além do apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A delegada Savariego alertou sobre a necessidade de conscientizar os pais sobre os perigos das redes e plataformas digitais. "O perigo é muito mais real do que eles imaginam", destacou a autoridade policial.