Adolescente de 14 anos preso por criar imagens íntimas falsas com IA
A Polícia Civil de Indaiatuba, no interior de São Paulo, identificou nesta quarta-feira (26) um adolescente de 14 anos como responsável pela produção de imagens de nudez falsas envolvendo alunas de uma escola particular da cidade. As vítimas, que têm entre 13 e 18 anos, tiveram seus rostos utilizados em montagens pornográficas que circulavam na internet.
Como a investigação descobriu o autor
Segundo a delegada responsável pelo caso, o rastreamento do endereço IP de onde as montagens foram distribuídas levou ao cumprimento de um mandado de busca e apreensão na casa do menor. O adolescente assumiu que fez tudo sozinho durante seu depoimento na delegacia. Após prestar esclarecimentos, ele foi liberado na presença dos pais.
O primeiro registro do crime ocorreu em 11 de setembro deste ano, quando a mãe de uma das alunas procurou a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) após uma amiga da filha descobrir as fotos manipuladas em um site de conteúdo adulto.
Pelo menos 14 vítimas identificadas
Até o momento, pelo menos 14 adolescentes compareceram à delegacia para formalizar queixa, relatando terem sido vítimas das montagens digitais. As imagens, que mostravam as meninas usando uniforme escolar, haviam alcançado milhares de curtidas antes de serem removidas.
Um detalhe curioso do caso: quando as mães das vítimas anunciaram em um grupo da escola que iriam à polícia registrar ocorrência, as fotos foram rapidamente removidas do site onde estavam publicadas, indicando que os responsáveis monitoravam as conversas.
Em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o caso foi registrado como vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro e simular participação de criança ou adolescente em cena de sexo.
Posicionamento da escola
A instituição de ensino onde estudam as vítimas emitiu nota afirmando que estava ciente do ocorrido e garantiu total colaboração com as investigações. A escola também se comprometeu a prestar apoio às famílias das estudantes afetadas.
"Aguardamos ansiosamente para que os responsáveis sejam identificados e punidos de acordo com a legislação em vigor", complementou a nota da escola, demonstrando preocupação com o bem-estar das alunas e com a apuração completa dos fatos.