Black Friday 2025: IA e deepfakes são novas armas de golpistas
IA e deepfakes: novas ameaças na Black Friday 2025

A Black Friday 2025, marcada oficialmente para 28 de novembro, já movimenta o comércio brasileiro desde o início do mês, mas traz consigo um alerta preocupante: criminosos virtuais estão utilizando inteligência artificial e deepfakes para aplicar golpes cada vez mais sofisticados contra consumidores desprevenidos.

As novas táticas dos golpistas

Segundo especialistas em segurança digital, as ferramentas de IA permitem que criminosos criem páginas falsas de grandes varejistas com impressionante precisão. Havan e Shopee estão entre as lojas que já foram alvo dessas replicações fraudulentas em 2025.

Outra técnica que preocupa são os deepfakes - vídeos e áudios artificialmente gerados que simulam celebridades promovendo promoções inexistentes. Esses conteúdos falsos são espalhados principalmente através das redes sociais, enganando até os usuários mais atentos.

Números que assustam

Os riscos não são meramente teóricos. Durante a Black Friday de 2024, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) registrou 9.614 reclamações apenas no segmento de e-commerce através da plataforma Consumidor.gov.br, além de outras 1.350 pelo sistema ProConsumidor.

Considerando todas as modalidades de comércio, os números são ainda mais alarmantes: 89.146 e 78.831 reclamações, respectivamente. No mesmo período, o Serasa reportou a interceptação de 32.400 tentativas de golpe, prevenindo prejuízos de quase 52 milhões de reais.

Como se proteger das fraudes

Victor Santos, CEO da Clavis Segurança da Informação, destaca a necessidade de atenção redobrada dos consumidores. "Essa nova onda de fraudes tecnológicas exige verificação cuidadosa de cada oferta antes da conclusão de qualquer compra online", alerta o especialista.

Confira as principais recomendações para navegar com segurança na Black Friday 2025:

Desconfie de anúncios em redes sociais: mesmo que pareçam vir de marcas conhecidas, sempre acesse o site oficial da loja diretamente, sem clicar em links recebidos. Verifique se a conta possui selo azul de verificação e se o endereço termina em ".com" ou ".com.br".

Cuidado com a urgência artificial: frases como "últimas unidades" ou "tempo limitado" são comuns em golpes para induzir compras por impulso.

Pesquise os preços antecipadamente: o "desconto artificial" consiste em inflacionar preços antes da Black Friday para criar falsas promoções. Acompanhe a variação de valores ao longo dos dias.

Verifique a reputação das lojas: consulte plataformas como Reclame Aqui e Procon antes de realizar compras, especialmente em sites desconhecidos.

Utilize meios de pagamento seguros: evite transferências diretas para contas pessoais via Pix. Prefira cartões virtuais temporários ou carteiras digitais, e confirme se o CNPJ do vendedor corresponde à loja que ele afirma representar.

Leia atentamente as políticas de troca e devolução: sites falsos geralmente não fornecem informações detalhadas sobre cancelamentos e reembolsos.

Além das novas ameaças digitais, os golpes tradicionais continuam presentes, incluindo publicidade enganosa, produtos não entregues, cobrança de taxas não informadas e dificuldades no cancelamento de compras.