Uma enfermeira de 68 anos foi vítima de um golpe financeiro sofisticado e perdeu mais de R$ 36,2 mil após fornecer dados bancários para criminosos que se passavam por atendentes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O caso ocorreu na sexta-feira, 28 de março, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, e foi registrado como estelionato na Central de Flagrantes da cidade.
Como o golpe da falsa prova de vida funcionou
A vítima recebeu uma ligação telefônica em que uma suposta atendente do INSS afirmava que ela precisava realizar a prova de vida da mãe, que já era falecida. Durante a conversa, os golpistas foram convincentes e instruíram a enfermeira a fazer a portabilidade da conta bancária da mãe para a sua própria conta, alegando que isso era necessário para continuar recebendo os benefícios.
Confusa e sob a pressão da suposta urgência, a idosa acabou fornecendo a senha de sua conta bancária aos criminosos. Foi nesse momento que o golpe se concretizou, dando acesso total aos aplicativos e sistemas financeiros da vítima.
Ação rápida dos criminosos e prejuízo colossal
Apesar de a vítima ter percebido indícios de que poderia se tratar de uma fraude e interrompido a operação, o estrago já estava feito. Minutos depois, ela recebeu uma nova ligação com instruções sobre como proceder, mas foi tarde demais.
Os golpistas, já com acesso à conta, realizaram uma série de operações fraudulentas em sequência. Eles fizeram empréstimos e efetuaram pagamentos indevidos, tudo de forma rápida e coordenada. O prejuízo total somou a expressiva quantia de R$ 36.200.
INSS alerta: Instituto não faz ligações para convocar prova de vida
Este caso se encaixa em uma onda de golpes que surgiu no início de maio de 2025, explorando notícias sobre um esquema bilionário de fraudes no INSS descoberto pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União em 23 de abril. Os criminosos se aproveitam do momento para aplicar golpes.
Em nota oficial, a assessoria de imprensa do INSS foi enfática: o instituto não faz ligações para convocar beneficiários para a prova de vida. O procedimento é obrigatório e ocorre anualmente, conforme determina a Lei nº 8.212/1991, mas a comunicação nunca parte de ligações telefônicas não solicitadas.
As mensagens falsas, que têm circulado em redes sociais, usam uma gravação automatizada que diz: "Você está no INSS... Você é um convocado dentre 4,3 milhões de aposentados, pensionistas e beneficiários... para fazer a prova de vida. Digite 1 para prosseguir". É fundamental que a população desconfie imediatamente de qualquer contato desse tipo e nunca forneça dados pessoais ou senhas.
As autoridades recomendam que, em caso de dúvida, o cidadão deve desligar a ligação e entrar em contato diretamente com o INSS através dos canais oficiais para confirmar qualquer informação.
