
Imagine uma criança de 11 anos descobrir que é oficialmente dona de três empresas e deve quase meio milhão de reais. Parece roteiro de filme, mas é a realidade assustadora que está se espalhando pelo Brasil.
O Fantástico trouxe à tona um esquema perturbador — e ilegal, diga-se de passagem — onde menores estão sendo usados como laranjas em negócios que nem sabem que existem. A coisa é séria, gente.
"Eu só queria jogar bola"
João Pedro, 11 anos, resume bem a situação: "Pensei que era brincadeira quando me disseram que eu era empresário. Eu só quero jogar bola, não entender de CNPJ". O menino descobriu que tinha três empresas no nome dele, todas com dívidas acumuladas.
E não é caso isolado. Tem criança por aí com dívida de R$ 800 mil! Como isso é possível? A lei é clara: menor de 18 anos não pode abrir empresa sozinho. Mas os golpistas parecem cegos para idades — e para a lei.
O Mecanismo do Golpe
Funciona assim: criminosos conseguem CPFs de crianças — muitas vezes através de dados vazados — e abrem empresas fantasmas. Essas "empresas" então cometem crimes fiscais, acumulam dívidas trabalhistas, e some da picture. Quem fica com o prejuízo? A criança e sua família.
Um especialista que conversei resumiu bem: "É como dar uma Ferrari para alguém que nem tem carteira de motorista — e depois cobrar os boletos".
Famílias no Desespero
As histórias são de cortar o coração. Mães descobrindo que seus filhos de 10, 12 anos estão com o nome sujo. Pais tendo que provar que seus filhos são... bem, filhos, e não magnatas do crime.
E o pior? O sistema muitas vezes trata essas crianças como adultos. Já viram coisa mais absurda?
Como se Proteger
- Verifique regularmente o CPF dos seus filhos — sim, mesmo que eles só queiram saber de videogame
- Desconfie de qualquer proposta "fácil" que envolva dados da criança
- Procure a Receita Federal se suspeitar de irregularidade
- Educação financeira desde cedo — mas do jeito certo, não esse
No fim das contas, o que mais me impressiona é a criatividade macabra desses criminosos. Eles realmente não olham idade — e pouco se importam com o futuro que estão roubando dessas crianças.
Enquanto isso, João Pedro continua sonhando em ser jogador de futebol. Torço para que ele consiga — e que essas dívidas fantasmas não atrapalhem seu gol de placa na vida.