Contador preso por criar 310 empresas falsas para golpes de e-commerce
Contador preso por criar 310 empresas para golpes online

Um contador foi alvo de prisão preventiva durante a Operação Domínio Fantasma, realizada nesta terça-feira (11) em Cuiabá e Sorriso. A ação investiga um sofisticado esquema de fraudes eletrônicas que utilizava empresas falsas para aplicação de golpes em comércio online em todo o país.

Esquema milionário desmontado

As investigações revelaram que o contador criou impressionantes 310 empresas entre 2020 e 2024, sendo que 182 já estavam baixadas ou suspensas. O esquema foi descoberto após alerta da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MT), que identificou a criação massiva de empresas por um único profissional.

Além do mandado de prisão, foram cumpridas diversas medidas judiciais:

  • 7 mandados de busca e apreensão
  • 1 mandado de sequestro de valores no total de R$ 5 milhões
  • 2 mandados de sequestro de imóveis
  • 5 mandados de sequestro de carros de luxo
  • 7 mandados de quebra de dados telemáticos
  • 2 mandados de suspensão de perfis em redes sociais
  • 3 mandados de suspensão de sites
  • 3 mandados de suspensão de atividades econômicas

Como funcionava a fraude

O contador, apontado como chefe do esquema, criava CNPJs em nome de "laranjas" - geralmente jovens de baixa renda residentes fora de Mato Grosso. Esses documentos eram utilizados para registrar sites falsos de e-commerce em diversos segmentos, incluindo brinquedos, roupas e cosméticos.

Os investigadores descobriram que o grupo chegou a clonar o site de uma marca famosa de cosméticos para enganar os consumidores. As vítimas, localizadas em vários estados brasileiros, realizavam compras e pagamentos via Pix ou cartão, mas nunca recebiam os produtos.

Estrutura clandestina revelada

A polícia identificou que a maioria das empresas estava cadastrada em um mesmo endereço em Cuiabá. No local, funcionava uma sala comercial sem qualquer identificação, usada como sede de empresas que existiam apenas no papel.

Os sites fraudulentos eram impulsionados por anúncios pagos em plataformas digitais para alcançar mais vítimas. Muitas dessas páginas acumulavam reclamações no portal Reclame Aqui, indicando o alto número de consumidores prejudicados.

O contador deverá responder pelos crimes de associação criminosa, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e crime contra as relações de consumo. A operação representa um importante golpe contra esquemas de fraude no comércio eletrônico que têm se proliferado no Brasil.