Artista Carol Levy alerta sobre pedofilia após fotos dos filhos na internet
Carol Levy alerta sobre risco de fotos de crianças na web

A artista e contadora de histórias pernambucana Carol Levy fez um alerta urgente e necessário sobre os perigos do compartilhamento de imagens de crianças nas redes sociais. Em um vídeo emocionado publicado em seu perfil do Instagram, que possui mais de 64 mil seguidores, ela relatou uma experiência assustadora que a fez repensar a exposição da vida familiar online.

O incidente que gerou o alerta

Carol postou uma foto aparentemente inocente de seus dois filhos, vestindo o uniforme escolar e deitados na cama lendo livros. No entanto, a publicação atraiu a atenção indesejada de perfis masculinos, que começaram a fazer comentários de duplo sentido e com conotação sexual. A artista, horrorizada, decidiu excluir a imagem imediatamente após perceber a natureza das interações.

"Veja o perigo que a gente expõe nossas crianças, inocentemente. Eu fiquei muito horrorizada", desabafou Levy. Ela explicou que decidiu gravar o vídeo de alerta, que já superou 68 mil visualizações, porque a questão vai além da sua experiência pessoal. "Isso não é sobre mim — é sobre todas as famílias que compartilham a vida dos filhos online sem imaginar o risco real que existe", afirmou.

Um problema amplo e os códigos dos criminosos

Nos comentários de sua publicação, outros pais relataram experiências semelhantes, contando que também deixaram de postar fotos de seus filhos por medo. Muitos notaram que, após publicarem imagens, perfis desconhecidos passavam a curtir e comentar o conteúdo de forma suspeita.

Carol detalhou a tática perturbadora utilizada por alguns desses criminosos. "Meu perfil começou a ser invadido por figuras estranhas. Homens comentando com corações, emojis babando... E um deles criticando os outros por 'babarem' pelos pés dos meus filhos", revelou. Esses perfis frequentemente usam emojis como códigos para se comunicar entre si e interagir com vítimas em potencial, uma prática conhecida em círculos de exploração infantil.

O caso ganhou grande repercussão e levou a artista a ser procurada por muitas pessoas que também se chocaram com a situação. O vídeo foi publicado na quarta-feira, 26 de junho, e reacendeu um debate importante iniciado meses antes pelo youtuber Felca, que denunciou a "adultização" de crianças na internet. Esse debate inclusive resultou na aprovação de uma lei pelo Congresso Nacional para combater a exploração de menores no ambiente virtual.

Como se proteger e denunciar

Em entrevista à TV Globo, o delegado Geraldo Costa deu orientações valiosas para as famílias. Ele destacou que manter o perfil fechado é uma medida básica de proteção, mas alertou que nem sempre é suficiente. "Às vezes as próprias pessoas do núcleo familiar repassam essas imagens, do ponto de vista inocente mesmo. Isso termina caindo na mão dessas pessoas [pedófilos]", explicou.

O delegado também fez um alerta sobre o uso de tecnologias avançadas por criminosos. "Hoen em dia, até com inteligência artificial, o pessoal pode usar essas fotos para simular questões sexuais e até expor ainda mais essas crianças", afirmou Costa, destacando a sofisticação das ameaças.

Para denunciar, a recomendação é agir com rapidez e método:

  1. Capture a tela (print) dos comentários criminosos para servir como prova.
  2. Procure imediatamente uma delegacia para registrar um boletim de ocorrência. No Recife, o Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA) fica no bairro da Madalena, Zona Oeste.
  3. Use as ferramentas de denúncia da própria rede social para reportar o conteúdo após notificar as autoridades.

O delegado enfatizou a importância de não alertar o criminoso. "Evitar principalmente de, no calor da emoção, os pais comunicarem que vão procurar a polícia, e aí ele [pedófilo] apaga tudo", orientou. Ele garantiu que, com as informações, é possível rastrear os responsáveis, pois "a internet não é terra de ninguém".

Carol Levy, reconhecida por seu trabalho com literatura e música voltada para o público infantil, espera que seu relato sirva como um alerta para que mais famílias reflitam sobre a segurança digital de suas crianças. A mensagem final é clara: a internet pode ser um espaço perigoso, e a proteção dos menores requer vigilância constante e conscientização sobre os riscos reais por trás de uma foto inocente.