
Não é novidade que o mundo digital trouxe desafios gigantes — e um dos mais preocupantes é o cyberbullying. Só nos últimos meses, escolas de todo o país registraram casos que vão desde humilhações em grupos de WhatsApp até ameaças em redes sociais. E o pior? Muitas vezes, os pais são os últimos a saber.
O que está acontecendo nas escolas?
Parece brincadeira de criança, mas não é. Um estudo recente mostrou que 4 em cada 10 alunos já sofreram algum tipo de assédio virtual. E olha que a coisa não para por aí — o bullying tradicional, aquele velho conhecido dos corredores escolares, continua firme e forte.
"É como se tivéssemos criado uma bomba-relógio", comenta a psicóloga Ana Lúcia Mendes, que trabalha com vítimas há 15 anos. "Antes, a criança sofria na escola e tinha um respiro em casa. Hoje, o tormento segue no bolso dela, no celular."
Como identificar?
- Mudanças bruscas de comportamento (aquele filho extrovertido que virou uma sombra)
- Queda inexplicável no rendimento escolar
- "Perder" ou "quebrar" o celular de propósito
- Isolamento social até nos ambientes familiares
E aqui vai um detalhe que pouca gente fala: muitas vezes, quem pratica o bullying também está gritando por ajuda. Sim, é difícil ter compaixão quando seu filho está sofrendo, mas especialistas alertam que os agressores frequentemente reproduzem violência que vivenciaram em casa.
O que fazer?
Primeiro: respirar fundo. Depois:
- Abra o jogo — mas sem pressionar. Crie espaços seguros para conversas
- Documente tudo — prints, mensagens, qualquer prova conta
- Procure a escola — mas vá preparado, muitas instituições ainda minimizam o problema
- Considere ajuda profissional — trauma não é brincadeira
Ah, e se você acha que "isso não acontece na minha família", pense duas vezes. Crianças de todas as classes sociais, religiões e perfis são alvos. A diferença? Algumas escondem melhor as cicatrizes.
No fim das contas, como diz o velho ditado, é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança. Só que hoje, essa aldeia tem Wi-Fi — e isso muda tudo.