Ataques cibernéticos explodem no setor de saúde: como hospitais brasileiros viraram alvo fácil
Ataques cibernéticos explodem em hospitais brasileiros

Parece filme de ficção científica, mas é a pura realidade: enquanto você lê esta matéria, algum sistema hospitalar no Brasil pode estar sendo invadido por criminosos digitais. Os números são assustadores — só no primeiro semestre de 2025, os ataques ao setor saúde cresceram 47% comparado ao mesmo período do ano passado.

Os bandidos do século XXI trocaram armas por linhas de código. E estão mirando onde dói mais: nos sistemas que guardam desde prontuários médicos até dados sensíveis de milhões de pacientes. "É como deixar a porta do hospital aberta de par em par", comenta um especialista em segurança digital que prefere não se identificar.

O que está por trás dessa epidemia digital?

Três fatores se destacam:

  • Sistemas ultrapassados — muitos hospitais ainda usam softwares da era do disquete
  • Falta de preparo — equipes médicas brilhantes, mas sem treinamento em segurança digital
  • Dados valiosos — informações de saúde valem ouro no mercado negro

Não é exagero dizer que estamos diante de uma emergência nacional. Só no Espírito Santo, três hospitais tiveram que suspender atendimentos eletivos após ataques nas últimas semanas. E o pior? A maioria só descobre a invasão quando já é tarde demais.

O caso que chocou Vitória

Na capital capixaba, um hospital referência em oncologia ficou 72 horas com sistemas paralisados no mês passado. Os criminosos exigiram resgate em criptomoedas — valor equivalente a R$ 1,2 milhão. Enquanto a diretoria debatia o que fazer, pacientes em tratamento de câncer tiveram exames adiados.

"Foi desesperador", conta uma enfermeira que pediu para não ser identificada. "Tivemos que voltar ao papel e caneta, como nos anos 80."

Especialistas alertam: esse não é um problema só de TI. É de saúde pública. Quando um hacker ataca um hospital, ele coloca vidas em risco — não apenas dados.

Como se proteger?

Não existe vacina contra ataques cibernéticos, mas há medidas básicas que todo hospital deveria adotar:

  1. Atualizar sistemas — sem desculpas
  2. Treinar equipes — do médico ao recepcionista
  3. Ter planos de contingência — o "e se" precisa estar no radar

Enquanto isso, os criminosos seguem um passo à frente. Eles sabem que na corrida entre segurança e invasão, estão ganhando de goleada. Resta saber: quando o setor de saúde vai acordar para esse risco invisível, porém mortal?