A Justiça da Argentina ordenou o bloqueio de 22 aplicativos de streaming pirata no último domingo (30), em uma nova fase de uma operação contra plataformas ilegais. Entre os serviços que saíram do ar estão nomes populares como BTV, Red Play e Blue TV, também amplamente utilizados por brasileiros.
Lista completa dos aplicativos derrubados
Os 22 serviços atingidos pela decisão judicial foram: ALA TV, Blue TV, Boto TV, Break TV, BTV App, BTV Live, Duna TV, Football Zone, Hot, Mega TV, MIX, Nossa TV, ONPix, PLUSTV, Pulse TV, Red Box, RedPlay Live, Super TV Premium, Venga TV, Waka TV, WEIV e WeivTV – Nova. Usuários relataram nas redes sociais erros como o "503" no aplicativo BTV, indicando indisponibilidade do servidor.
Milhões de assinantes e prejuízos milionários
De acordo com a Alianza, associação de empresas contra a pirataria audiovisual na América Latina, mais de 2 milhões de usuários pagavam para acessar essas 22 plataformas ilegais. A investigação apurou que os clientes pagavam entre US$ 3 e US$ 5 por mês (cerca de R$ 16 a R$ 27) para ter acesso indevido a filmes, séries e eventos esportivos protegidos por direitos autorais.
A estimativa da Alianza é que o esquema ilegal teve um faturamento anual entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões, o que equivale a aproximadamente R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão. A estrutura técnica das plataformas estava hospedada na China, enquanto os escritórios na Argentina cuidavam das áreas de marketing e vendas.
Segunda fase de uma grande operação
Esta foi a segunda etapa de bloqueios. Na primeira fase, no início de novembro, outros 14 serviços piratas já haviam sido derrubados, incluindo My Family Cinema, TV Express e Samba TV. Juntas, as duas fases atingiram aplicativos que, segundo a Alianza, somavam cerca de 6,2 milhões de assinantes ativos, sendo 4,6 milhões apenas no Brasil.
A investigação começou em 2024, após uma denúncia da Alianza ao departamento de crimes cibernéticos do Ministério Público Fiscal de Buenos Aires. Em agosto de 2025, a Justiça autorizou buscas em quatro escritórios de empresas que serviam como fachada para o esquema.
Consequências para os usuários e orientações
Com a queda dos serviços, muitos consumidores que haviam pago por assinaturas recorreram ao Reclame Aqui para tentar resolver o problema. No entanto, o Procon-SP já havia alertado, no início de novembro, que o consumidor "abdica de seus direitos" ao adquirir um produto ou serviço sabendo que ele é irregular.
A Anatel, que não participou diretamente desta operação, reforça a orientação para que os usuários de TV boxes adquiram apenas aparelhos certificados pela agência. A certificação visa garantir a segurança do consumidor e evitar a prática de atividades ilícitas.
O caso expõe os riscos do mercado de streaming ilegal, que, apesar de oferecer preços baixos, deixa o consumidor desprotegido e contribui para um prejuízo bilionário à indústria do entretenimento.