Tiro de PM mata cachorra em Guará: dono desesperado exige justiça — 'Ela era da família'
PM mata cachorra a tiros em Guará; dono pede justiça

Era uma tarde como qualquer outra no bairro Guará, até que um estampido cortou o ar. Não foi um rojão, nem o escapamento de um carro — era um tiro. E o alvo? Uma cachorra, indefesa, no portão de casa.

O dono do animal, que prefere não se identificar por medo de represálias, ainda treme ao contar o acontecido. "Ela só latiu. Só isso. Não avançou, não ameaçou... Estava dentro do meu terreno", desabafa, com a voz embargada. A cena, segundo ele, foi rápida e brutal: o PM mirou, disparou, e a vida da cadela — uma vira-lata adotada há 5 anos — se esvaiu no asfalto.

O que diz a PM?

Procurada, a Polícia Militar limitou-se a informar que "o caso está sob investigação". Nada sobre protocolos, nada sobre treinamento para situações com animais. Um silêncio que, pra muitos, fala mais alto que os tiros.

Moradores da região já estão se organizando. Alguns falam em protesto, outros em ação judicial. "Não é a primeira vez", murmura uma vizinha, que pede anonimato. "Aqui, cachorro vira alvo fácil. Como se fossem lixo, não vidas."

O lado humano (e o jurídico)

Advogados ouvidos pelo G1 lembram que, tecnicamente, isso pode se enquadrar em maus-tratos — crime previsto na Lei 9.605/98. Mas será que a lei pega? Aí já é outra história. Entre a teoria e a prática, sabe como é, sempre tem um abismo.

Enquanto isso, o dono da cadela enterrou o animal no quintal e jurou não parar até ver justiça. "Era mais que um pet, era família. Mataram um pedaço da gente", diz, segurando a coleira manchada de sangue.