Fazendeiro de MS é multado em R$ 50 mil por deixar 500 cabeças de gado em situação degradante
Fazendeiro multado por maus-tratos a 500 cabeças de gado em MS

Imagine quinhentas cabeças de gado — um mar de animais — sofrendo com a mais básica das negligências: fome e sede. Foi essa cena desoladora que fiscais do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) encontraram numa propriedade rural do estado. E olha, a situação era tão crítica que beirava o inacreditável.

O fazendeiro, cujo nome não foi divulgado — mas que certamente não dormiu bem após a visita —, acabou multado em R$ 50 mil. Uma quantia que, convenhamos, não compensa o sofrimento imposto aos animais, mas pelo menos sinaliza que a impunidade tem limites.

Condições que chocaram até os fiscais mais experientes

Os animais estavam magérrimos, com as costelas aparentes — sinal claro de subnutrição crônica. Mas o pior mesmo era a água: ou não havia, ou estava tão suja que mais parecia um criadouro de doenças. Sem comida adequada, sem hidratação decente... é um milagre que não tenham morrido mais.

E sabe o que mais revolta? A propriedade fica em Água Clara, município que, ironicamente, tem "água" no nome. Uma contradição que não passou despercebida pelos fiscais.

O que a lei diz sobre isso?

O caso se enquadra na Lei de Crimes Ambientais (9.605/98), especificamente no artigo 32. Basicamente, maltratar animais silvestres, domésticos ou domesticados é crime — e ponto final. A pena pode ser de três meses a um ano de detenção, mais multa.

Mas aqui vai um detalhe importante: a multa aplicada foi administrativa, não criminal. Ou seja, o processo criminal ainda pode — e deve — ser aberto. A gente fica na torcida para que a Justiça não seja leniente dessa vez.

E agora, o que acontece?

O fazendeiro tem 20 dias para apresentar defesa. Enquanto isso, os animais... bem, os animais continuam lá, esperando por justiça — e por condições dignas de sobrevivência.

Casos como esse me fazem pensar: será que o agronegócio brasileiro, tão orgulhoso de sua eficiência, não deveria incluir o bem-estar animal como prioridade absoluta? Afinal, produção com crueldade não é produção — é exploração pura e simples.

O que você acha? Deixa nos comentários — esse debate é importante demais para ficar restrito às páginas dos jornais.